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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Repressão à vista. Entidades de Ribeirão Preto alertam: 33 reintegrações estão engatilhadas!

foto: Jorge Ferreira / Mídia Ninja

Ontem Guilherme Boulos, líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) alertava para o perigo de hoje, não por causa do PCC, mas por causa da violência das forças do Estado contra os sem-teto.


Uma grande reintegração de posse estava armada e, hoje, Guilherme Boulos foi levado preso quando buscava dialogar em defesa das pessoas que ocupavam o local.

Eis a nota do MTST: 

"O companheiro Guilherme Boulos, membro da coordenação nacional do MTST, que estava acompanhando a reintegração de posse da ocupação Colonial, visando garantir uma desfecho favorável para as mais de 3000 pessoas da ocupação, acaba de ser preso pela PM de São Paulo sob a acusação de desobediência civil.

Um verdadeiro absurdo, uma vez que Guilherme Boulos esteve o tempo todo procurando uma mediação para o conflito.
Neste momento, o companheiro Guilherme está detido no 49ª DP de São Mateus.

Não aceitaremos calados que além de massacrem o povo da ocupação Colonial, jogando-os nas ruas, ainda querem prender quem tentou o tempo todo e de forma pacífica ajuda-los.

Movimento dos Trabalhadores Sem Teto"


Ainda no dia de ontem, este blog recebeu uma mensagem de uma das líderes sem teto da cidade alertando para o fato de que 33 reintegrações de posse estão engatilhadas.

Essa ameaça às famílias de sem teto que ocupam áreas públicas e privadas em Ribeirão Preto vem sendo divulgada por esse blog desde o ano passado.

Na campanha, o Fórum Permanente de Movimentos Populares buscou dialogar com os candidatos a respeito disso e da necessidade do novo Prefeito reabrir o diálogo antes de executar as reintegrações em áreas públicas e ainda buscar o diálogo nas áreas privadas.

No segundo turno, este blog ouviu o candidato Ricardo Silva sobre isso, após o mesmo assinar um termo de compromisso com as pautas propostas pelo Fórum Permanente de Movimentos Populares e se dispor a adotar o diálogo com relação ao problema das reintegrações.

O atual Prefeito Nogueira não se prontificou a dialogar com os movimentos sociais durante a campanha.

A questão da moradia é o problema mais grave de Ribeirão Preto, ao lado da brutal desigualdade social da cidade. E este problema não se resolverá com repressão, mas com políticas sociais e de moradia.

Enquanto isso não se viabiliza, o diálogo é a melhor saída para que não se repita a tragédia da reintegração de posse da favela da Família há alguns anos atrás.

Há cerca de 15 mil pessoas vivendo em áreas ocupadas em Ribeirão Preto, a maior parte delas nos bairros do entorno do aeroporto Leite Lopes.

Blog O Calçadão

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