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sábado, 3 de junho de 2017

A diplomacia brasileira está passando vergonha no desgoverno Temer/PSDB!


A diplomacia brasileira não está envergonhada e incomodada apenas pelo fato de que o atual desgoverno Temer/PSDB usou de força desmedida e até de uma ameaça de impor o autoritarismo contra uma manifestação legítima como a que ocorreu no último dia 24/05 em Brasília.


Também a diplomacia brasileira não está envergonhada e incomodada somente pelo fato do chefe do Itamarati ser um político tucano acusado de corrupção no âmbito da Lava Jato.

A vergonha também não se justifica apenas pelo fato do atual desgoverno ser fruto de um golpe que feriu a democracia e que se mostra apodrecido pela corrupção desmedida envolvendo diretamente a figura que responde pela Presidência da República.

Não.

A vergonha e o incômodo vem da somatória de tudo isso e mais um pouco.

A carta pública divulgada por 100 diplomatas brasileiros na última semana reflete bem mais do que só o incômodo com os arroubos autoritários do desgoverno Temer/PSDB.

A carta dos diplomatas reflete a vergonha e o incômodo com os rumos da diplomacia brasileira após a consumação do golpe.

Sob o comando do truculento e inapto Aloísio Nunes, o Itamarati foi rebaixado ao terceiro plano nas relações com o mundo.

Adotou-se uma política pequena, sem horizonte, misturando uma retórica ideológica de quinta categoria contra nações sul americanas e africanas com o velho e roto posicionamento subserviente aos interesses da política externa dos Estados Unidos.

A política externa soberana, propositiva e inserida nas questões globais construída nos anos Lula foi substituída pela política do beija-mão aos ditames do 'império' e do porrete e da arrogância contra os vizinhos de subcontinente.

Hoje, como disse Chico Buarque, o Brasil fala grosso com a Bolívia e fino com os Estados Unidos.

Não se propugna mais o aprofundamento das relações com os BRICS, não se propugna mais o aprofundamento da política sul-sul que tanto elevou a diplomacia brasileira no mundo, principalmente na África, onde o Brasil perde espaço para a China.

O Mercosul deixou a prática da solidariedade e da integração e ganhou a retórica reacionária contra a Bolívia, a Venezuela e o Uruguai e a instabilidade cresceu, prejudicando os projetos de integração em andamento. O Brasil adotou a aliança com o golpismo paraguaio e o neoliberalismo do Presidente argentino.

Nosso 'Chanceler' agora vai com frequência a Washington prestar contas. A base de Alcântara está sendo cedida aos EUA.

Ou seja, regredimos décadas e décadas com o golpe não só na economia, mas também na diplomacia.

Esse será, no futuro, um período onde nos brasileiros nos lembraremos com vergonha e incômodo, como já fazem hoje nossos diplomatas.

Ricardo Jimenez


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