Coordenadora do Comitê Gestante da Internet no Brasil alerta para os perigos do domínio capitalista na internet

 

Foto: Filipe Augusto Peres

Fala foi realizada durante “Seminário Internacional Comunicação para a Integração”, em São Paulo

Entre os dias 20 e 22 de setembro, o Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé e da agência Inter Press Service promovem o “Seminário Comunicação para Integração”, no Armazém do Campo, em São Paulo. Nesta sexta-feira (20), presente à mesa de abertura, Renata Mielli, representante da CGI, falou sobre o cenário da comunicação atual e ressaltou a importância da comunicação pública como um contraponto ao domínio da mídia tradicional e seus interesses capitalistas.

Mielli  ainda destacou a urgência de repensar o papel das plataformas digitais e de promover uma comunicação verdadeiramente democrática e inclusiva.

Para Mielli, a ocupação da internet pelo capitalismo representa um perigo iminente, com consequências diretas para a população. Em suas palavras, "o processo de concentração de poder nas mãos de grandes conglomerados de tecnologia é alarmante. Eles não apenas controlam a informação, mas também roubam dados da população, minando a privacidade e a liberdade individual."

A representante da CGI também chamou a atenção para o fenômeno de alienação da população, promovido pelas plataformas digitais. Segundo Mielli, "as big techs têm o poder de anestesiar as pessoas, através de algoritmos que reforçam bolhas de informação e distorcem a realidade. Isso resulta em uma sociedade alienada, incapaz de questionar o que lhe é apresentado."

Além disso, Mielli destacou a preocupante tendência das plataformas digitais em servir aos interesses do projeto de poder capitalista. "As plataformas estão sendo utilizadas como ferramentas de manipulação e controle social, promovendo a narrativa hegemônica do sistema. É fundamental repensar essa lógica e buscar alternativas que coloquem o Sul Global como protagonista", afirmou.

Diante desse cenário, Renata Mielli propôs a reflexão sobre alternativas de plataformas como solução para os desafios enfrentados pelo Sul Global. Em sua visão, "é necessário pensar em modelos descentralizados e soberanos, que priorizem a democracia e a equidade, resistindo às forças do capitalismo voraz que buscam dominar a comunicação global."

A mesa de abertura também contou com a presença do jornalista Fernando Morais, Mônica Valente (Secretária Executiva do Foro de São Paulo), Javier Tolcachier (pesquisador do Centro Mundial de Estudos Humanistas), Patrícia Villegas (presidenta da Telesur) e João Paulo Rodrigues, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).