Foto: Filipe Augusto Peres |
Seminário é promovido pelo Centro de Estudos de Mídia Alternativa “Barão de Itararé” e a agência Inter Press Service, em São Paulo.
Por Filipe Augusto Peres
Entre os dias 20 e 22 de setembro, o Armazém do Campo, em São Paulo, sedia o Seminário Internacional de Comunicação para a Integração Latino-Americana, promovido pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa "Barão de Itararé" e a agência Inter Press Service (IPS).
Nesta sexta-feira (20), a mesa de abertura “Desafios da Democracia na América Latina” contou com a presença do jornalista Fernando Morais, Mônica Valente (Secretária Executiva do Foro de São Paulo), a jornalista Renata Mielli (coordenadora do Comitê Gestor da Internet no Brasil), Javier Tolcachier (pesquisador do Centro Mundial de Estudos Humanistas), Patrícia Villegas (presidenta da Telesur) e João Paulo Rodrigues, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Em sua fala, o João Paulo afirmou que a comunicação é um pilar essencial para fortalecer a esquerda na região, e destacou a importância da união e da definição de projetos claros aos desafios impostos pela era da informação e das redes sociais.
"Para a esquerda na América Latina, é imprescindível termos uma visão unificada e estratégias de comunicação eficazes para alcançarmos nossos objetivos",.
O DN destacou exemplos concretos do MST ao longo da história de comunicação com a sociedade como as marchas populares, as ocupações de terra, as ações de solidariedade e de “Plantar Árvores , Produzir Alimentos Saudáveis”.
Analisando o contexto político e social da região, Rodrigues fez uma reflexão sobre as hegemonias históricas que moldaram a América Latina, desde o período colonial até as influências contemporâneas. Ele destacou a resistência e as tentativas de construir modelos alternativos, citando o exemplo do modelo venezuelano e do projeto "Alba", como formas de enfrentar as hegemonias externas e fortalecer a soberania regional.
E salientou o papel da comunicação enquanto ferramenta de amplificação e articulação das vozes na luta por justiça social.
"A América Latina tem um papel fundamental na luta por justiça social e econômica, e a comunicação é a ferramenta que nos permite articular e amplificar nossas vozes", enfatizou.
Ele ressaltou a necessidade de uma abordagem holística, que leve em consideração não apenas as questões econômicas e políticas, mas também a identidade cultural e a diversidade da região como elementos fundamentais para a construção de um projeto de esquerda sólido e inclusivo.
"Para alcançarmos um projeto de esquerda sólido e inclusivo na América Latina, precisamos adotar uma abordagem holística, que vá além das questões econômicas e políticas. É fundamental considerar a identidade cultural e a diversidade da nossa região como elementos essenciais para a construção de uma proposta que seja verdadeiramente representativa e capaz de dialogar com as diferentes realidades e anseios do nosso povo”.
E destacou que a inclusão da cultura e da diversidade como elementos fundamentais do projeto político de fortalecer a identidade latino-americana, possibilita a construção de pontes entre grupos diversos, de modo a promover uma sociedade mais justa e igualitária para todos os cidadãos da região.
“A inclusão da cultura e da diversidade como pilares do nosso projeto político não apenas fortalece a nossa identidade latino-americana, mas também nos permite construir pontes entre diferentes grupos e promover uma sociedade mais justa e igualitária para todos."
No que diz respeito aos desafios contemporâneos, JPR abordou a rápida evolução do cenário da comunicação, com a ascensão da internet, das redes sociais e dos influenciadores digitais. Ele observou que as formas tradicionais de organização e disseminação de informações estão sendo transformadas, e é importante que a esquerda na América Latina se adapte a essas mudanças para manter sua relevância e capacidade de mobilização.
"Estamos diante de um novo paradigma comunicacional, onde a agilidade, a diversidade e a descentralização são chaves para alcançarmos nossos públicos e promovermos a ação coletiva".
Ele ressaltou a importância de incluir as novas formas de comunicação e organização social nas estratégias da esquerda, reconhecendo a potencialidade dessas ferramentas para ampliar o alcance e a eficácia das mensagens políticas.
No fim, João Paulo Rodrigues expressou otimismo em relação ao futuro da América Latina. O dirigente nacional reafirmou a região como um espaço de resistência e luta.
"Apesar dos desafios, temos em nossas mãos a capacidade de construir um projeto de esquerda inclusivo e transformador, que dialogue com as demandas e as aspirações de nosso povo", encerrou.
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