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Noite histórica Fotos: @filipeaugustoperes |
O retorno da icônica banda punk Cólera à cidade foi a ponte para uma noite de resistência
Por Filipe Augusto
Da Página do MST
Promovido pelo O Hierofante e pelo Coletivo Fuligem, a noite reuniu centenas de pessoas em torno da turnê Oxigênio, celebrando não só o legado da banda CÓLERA, como também o espírito coletivo que há décadas move o punk rock brasileiro. Entre camisetas, bonés, zine com textos sobre meio ambiente, plantio de comida saudável, discos, tanto a barraca do Cólera como a do MST serviram como ponto de encontro para quem buscava conhecer mais sobre a luta ambiental, social e política.
“Temos que lutar,
mas não com armas ou violência. A nossa luta é por corações e consciências”, afirmou Joaquim
Lauro Sando, da Direção Estadual do MST, ao destacar a importância de estar
presente em espaços culturais alternativos para dialogar com a juventude urbana
e fortalecer a aliança entre campo e cidade.
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Joaquim destacou a necessidade da união entre o campo e a cidade |
Joaquim
ainda lembrou que o movimento completou recentemente 40 anos de trajetória e
reforçou a importância de unir a sociedade à luta dos trabalhadores do campo em
nome de uma reforma agrária popular e de justiça social.
“Somente a luta diária dará a
conquista para as famílias brasileiras”, disse.
Ao
final de sua fala, o dirigente estadual reforçou a necessidade de aliar o
reflorestamento ao plantio de comida saudável e convidou os presentes a
conhecerem a feira da agricultura familiar e economia solidária que acontece
aos sábados na rua Acre, 1300.
“Quem quiser um alimento saudável, produzido por produtores agroecológicos, procure a gente”, incentivou.
Além da participação política e cultural do
movimento, o show também abriu espaço para reflexões ambientais, com a
distribuição de mudas de árvores. Ao todo, 55 mudas foram distribuídas ao
público presente.
No palco, a energia foi avassaladora. O CÓLERA entregou um show que mesclou os clássicos de sua trajetória com músicas do álbum mais recente, Oxigênio, e reafirmou o punk como uma linguagem viva de denúncia e engajamento.
A abertura, com direito a integrante vestindo a camiseta do MST, ficou por conta da histórica banda ribeirão-pretana Estágio Zero, que voltou aos palcos com nova formação, e da estreante La Paliza, que já chegou deixando sua marca no underground local.
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Porka, vocalista do Estágio Zero |
Durante
a apresentação da La Paliza, o guitarrista Emerson fez questão de lembrar os
incêndios criminosos cometidos por latifundiários no interior de São Paulo ano
passado, inclusive em Ribeirão Preto, e deixou clara a indignação com os rumos
ambientais da cidade e do país.
“Ano passado essa cidade ficou em chamas, literalmente. Vamos mudar essa p…a aí, galera. Essa é a mensagem do evento hoje também”.
E reforçou quem destrói a natureza.
“O que a gente pode fazer pra mudar essa p…a, tá ligado? Vamos parar de pagar pau pra fazendeiro, achando que é a única solução da cidade”.
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“Parar de pagar pau pra fazendeiro”, |
O
baterista do CÓLERA, Pierre, também compartilhou reflexões sobre o papel da
cultura na conscientização ambiental e de eventos como o que aconteceu no
Antro.
“Estivemos aqui hoje num evento sobre cultura, meio ambiente e a necessidade de conscientizar as pessoas para que não fiquemos sem o oxigênio, que é a coisa mais importante para o ser humano”, afirmou.
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Pierre, do Cólera, lembrou os 45 anos de luta por justiça ambiental |
Pierre
ainda destacou a importância da distribuição de mudas e dos diálogos com o MST
e outros coletivos presentes, defendendo que plantar árvores — em vez de
derrubá-las — é um gesto simples, mas urgente.
“Se cada ser humano no mundo plantasse uma árvore, apenas uma, já seria mais do que suficiente”, disse, lamentando que, infelizmente, a prática comum ainda seja o desmatamento.
Para Pierre, o preço das ações predatórias de hoje será pago pelas futuras gerações.
O evento teve a discotecagem do duo A Cota, formado por Gustavo Knup e Analua Ito, a noite foi até tarde — dançante, reflexiva e incendiária.
Organizador
do show, juntamente com Patiana Neri, integrante de O Hierofante e do Coletivo
Fuligem, Rafael Neri, o Rafones, encerrou a noite destacando a importância de
unir a música do Cólera com a luta do MST, em uma noite de ativismo e
solidariedade popular.
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Rafael Neri, o Rafones |
Mais fotos
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Campo e Cidade: Pela Paz no Mundo |
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