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Frente reunida e em diálogo Fotos: Filipe Augusto Peres |
Reunião aponta retrocessos sociais, avanço conservador e propõe criação de observatório para monitorar a gestão municipal
Representantes do PSOL, UP, PT, PCB movimentos sociais, conselhos
municipais, sindicatos e entidades populares se reuniram na noite da última
quarta-feira (16), no Armazém da Baixada, para avaliar os 100 dias do governo
do prefeito Ricardo Silva (PSD) em Ribeirão Preto. A reunião aberta, organizada
pela Frente de Esquerda, foi marcada por duras críticas à atual gestão e pelo
anúncio de iniciativas de resistência e mobilização popular.
A reunião iniciou-se com o apoio ao deputado
federal Glauber Braga (PSOL-SP), alvo de perseguição política de setores
conservadores da Câmara Federal, devido à sua atuação combativa e,
principalmente, a realização de denúncias de manobras ilegais na liberação de
emendas parlamentares, “o orçamento secreto”, o que incomodou setores da
direita e da extrema-direita.
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Glauber fica! |
Durante o encontro, os participantes apontaram que o governo Ricardo Silva avança em direção a uma política neoliberal e conservadora, marcada pelo fortalecimento de alianças com setores da direita tradicional e pelo alinhamento à extrema-direita. Avaliou-se que a gestão não apresentou propostas concretas para áreas essenciais, como saúde e educação, e que o prefeito optou por uma atuação populista e midiática, sem enfrentar os problemas estruturais da cidade.
Entre as denúncias feitas, destacou-se apoio à tentativa de
militarização da educação municipal, com apoio às escolas cívico-militares,
além da criação, por parte do legislativo, de projetos que ameaçam direitos
sociais, como a proposição de tornar o 8 de janeiro — data do ataque golpista
em Brasília — o “Dia da Liberdade de Expressão”. Houve também críticas à
política habitacional, à ausência de propostas para a crise dos moradores em
situação de rua e à precarização dos serviços públicos.
A Frente de Esquerda alertou para o fortalecimento do campo conservador
no Legislativo e para o risco de projetos que visam transformar a Guarda Civil
Municipal em uma polícia armada e repressiva. A avaliação é de que a cidade
poderá enfrentar, em breve, graves problemas de endividamento e aumento da
exclusão social, caso a atual linha de governo seja mantida.
Como resposta, além da organização de campanhas de denúncia e
mobilização, os participantes propuseram a criação de um Observatório da Cidade
para acompanhar, registrar e fiscalizar de forma permanente as ações do governo
municipal, buscando dar visibilidade às contradições da gestão e fortalecer a
resistência popular.
Experiências exitosas como a Feira da Agricultura Familiar e
Economia Solidária, a luta por cozinhas solidárias pelos mandatos de esquerda,
a aprovação do PL que cria a política municipal de atenção psicossocial nas
escolas e as turmas da Jornada Nacional de Alfabetização de Jovens e Adultos
nas Periferias, trazidas pelo MST foram destacados como exemplos de como a
frente pode dialogar com as necessidades populares.
A reunião também aprovou outras frentes de atuação, como a luta contra a
militarização das escolas e a defesa da tarifa zero no transporte público. Uma
reunião da Frente com os mandatos de esquerda, também está no horizonte.
O encontro encerrou-se com a reafirmação do compromisso de construir uma oposição permanente e popular em Ribeirão Preto, disputando corações e mentes em defesa da democracia, dos direitos sociais e da classe trabalhadora.
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