Começo de antemão pedindo desculpas por mais um artigo explicativo, mas penso que nesse início de blog isso seja realmente necessário. Por aqui, vamos escrever sobre política porque acreditamos que é se interessando e entendendo um pouco mais sobre política que vamos pouco a pouco nos preparando para não sermos mais enganados tão facilmente.
O que vemos no nosso dia a dia é um sistema de mídia monopolizado, que nasceu, cresceu e se sustenta se utilizando de práticas políticas nada honradas ( haja vista a maior de todas, a Globo, recebendo 5 bilhões em verbas publicitárias aqui e sonegando 1 bilhão em impostos aqui), investindo todo o seu esforço para nos convencer que política é algo feito por gente suja, de forma suja e com objetivos sujos. Lógico que, nessa empreitada, a mídia, convenientemente, toma as medidas necessárias para criar os vilões enquanto trata de esconder as mazelas do grupo que a apóia. Isso fica claro na relação atual da mídia entre PT e PSDB. Mas isso existiu em qualquer época e continuará existindo com outros personagens. A lógica é a seguinte: jogando a prática política na lata do lixo e criando os vilões do momento e acabando com sua credibilidade (perceba que o mote falso moralista -abaixo a corrupção- é recorrente) em quem as pessoas vão acreditar? Na mídia, lógico, e, por tabela, nos seu grupo político protegido. Dessa forma, a mídia e seu grupo político protegido (sim, a mídia faz muita política, e gosta!) podem pautar e decidir os caminhos do país como bem quiserem. Como sempre fazem, aliás. Bem, exceto em alguns momentos da história, quando tiveram que investir na derrubada de governos cujas políticas nacionalistas e populares não condiziam com seus objetivos. Foi assim com Vargas aqui, com Jango aqui e agora com Lula e Dilma.
Podemos notar com tudo isso que, como o sistema de mídia é controlado por uma elite apoiada politicamente (e financiada até pelo governo!), quem acaba sobrando de fora nessa história toda é o cidadão comum.
Não vou dizer aqui que é preciso gostar de política, não chegarei a tanto; mas é preciso dar para a política uma atenção cuidadosa para entender como funciona um jogo que, você querendo ou não, acontece e tem tudo a ver com a sua vida. E, acredite, não é com passeata falso moralista, gritos e ódio ou esperando um Salvador da Pátria que as coisas se resolvem. Conhecer minimamente como o seu prefeito executa o orçamento, como votam os vereadores, quem financia as campanhas faz parte desse esforço mínimo necessário.
O alvo do discurso midiático de linchamento da prática política é o cidadão comum, que decide eleições e que, devidamente "desinformado", acaba se mantendo distante o suficiente para ser usado como massa de manobra para objetivos escusos. Com o cidadão comum tomando nojo pela política, a mídia passa imediatamente a ocupar o lugar de pilar moral a ser seguido. Acontece que a mídia anda colada com as estruturas de poder político, se beneficiando delas, ao mesmo tempo em que as transforma perante os olhos de todos em algo nojento e repulsivo.
Você já deve ter se perguntado como aquele deputado ou vereador que você despreza consegue se reeleger sucessivamente, não é? Pois é, isso é possível porque o cidadão comum, ao se retirar da prática política, deixa espaço para as estruturas de poder já montadas. O político crápula que você rejeita mas que, todavia, se elege, faz isso usando o financiamento empresarial (empresário adora política), a estrutura de um sindicato, de uma igreja, de uma ONG e, sim, dinheiro público: verba de gabinete desviada, cargos políticos de apadrinhados no executivo que o cidadão comum nem desconfia e emendas parlamentares caça-votos.
No final de tudo, a mídia e as velhas estruturas de poder vão elaborar seus planos enquanto você fica de fora, orgulhosamente odiando a política!
Cabe a cada um de nós debater política, buscar conhecer as estruturas do poder vigente, se aprofundar no jogo político, sem nojinho ou arrogância, mas na busca de identificar os discursos mentirosos e ardilosos. Temos que tentar estabelecer nossos padrões políticos de maneira minimamente independente e, sim, atuar na cena política para envolver mais pessoas.
Aqui nesse blog nós faremos isso. Defenderemos a inclusão social acima de tudo, as políticas de emprego e distribuição de renda, o imposto progressivo e a taxação do capital rentista, a ampliação e qualidade educacional para amplas massas, o fim do financiamento empresarial de campanhas políticas, vamos mostrar na medida do possível as entranhas do jogo político, não para disseminar o ódio, mas para trazer o cidadão comum para o debate político. Devemos participar do jogo político para transformá-lo.
Afinal, a solução está na política!
Ricardo Jimenez, professor, químico e fã de Mané Garrincha" - o maior de todos!
Ricardo Jimenez, professor, químico e fã de Mané Garrincha" - o maior de todos!
3 comentários:
As pessoas dão muita atenção para o nacional e o municipal fica de lado. Ninguém conhece como funciona a política municipal. O blog tem que ver isso. Abraços!
Político corrupto adora política! Temos mesmo que começar a fazer frente com eles. Muito bom! Vivian
Excelente Ricardo... o Calçadão virá para contribuir positivamente para o debate político e deverá, na minha visão, abrir espaço para que, mais jovens,como vocês, possam se interessar por POLÍTICA e participar ativamente DELA... grande abraço e parabéns pela genial iniciativa...! Clóvis Moda
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