terça-feira, 3 de maio de 2016
Ponte para o Futuro transporta modelo educacional tucano para o MEC!
Na foto acima temos Wellington Moreira Franco e José Serra.
O primeiro foi o governador do Rio de Janeiro responsável por acabar com o projeto dos CIEPs, as escolas de tempo integral inovadoras planejadas por Darcy Ribeiro e construídas por Leonel Brizola. Moreira Franco é o típico peemedebista de quatro costados: sugou todos os cargos que conseguiu no período petista e agora é o um dos cérebros do golpe e da montagem do governo ilegítimo de Michel Temer.
Já José Serra, ex-governador de São Paulo, se insere dentro da clássica visão tucana para a educação. Em mais de 20 anos de governos consecutivos no Estado, São Paulo se vê na 14a posição no ranking de salários para professores e na 17a posição no quesito qualidade de ensino entre os 26 Estados da Federação e o Distrito Federal.
Foi nos governos tucanos que a violência da polícia contra professores se estabeleceu e o modelo de 'meritocracia' criou um bônus por rendimento, tratando todas as escolas com a mesma medida, a 'meritocracia' tucana privilegia alguns em detrimento de todos.
Com a política de bônus, o governo de São Paulo na prática se desobrigou a realizar reajustes salariais. Há dois anos os professores não têm reajuste no Estado. Além disso, o bônus anual, de acordo com as notas obtidas pelas escolas nos processos de avaliação, atinge apenas uma parte do professorado (cerca de 50%), estando o restante condenada a ficar com o salário defasado e sem a bonificação.
Como não há diferenciação entre as escolas, as escolas da periferia, com os maiores problemas, acabam sempre ficando de fora da bonificação, agravando um círculo vicioso de sucateamento da educação pública paulista.
Outro clássico da gestão tucana a ser transposto para o nível federal, através do ilegítimo governo Temer, com Serra e Moreira podendo estar à frente do MEC, é a terceirização ampla, geral e irrestrita. O modelo de privatização da escola pública já é realidade em Goiás e as tentativas de 'reorganização' feitas por Alckmin recentemente, e que provocaram a ocupação de escolas pela juventude, mostra que São Paulo vai seguir Goiás e passar a entregar a gestão das escolas para as Ongs.
Os 230 mil docentes paulistas, 45% deles com contratos de trabalho precários e lecionando outra disciplina que não a sua de formação, compõem uma classe empobrecida, doente e desprestigiada. O número de exonerações a pedido entre os profissionais que ingressaram na rede a menos de 2 anos é recorde. A chamada gestão democrática da educação em governos tucanos é mito. Os cargos de confiança são todos preenchidos por indicações políticas.
A educação avançou bastante em nível nacional nos últimos 13 anos, nos governos de Lula e Dilma. Ampliou-se e democratizou-se as vagas nas universidades federais, principalmente através do ENEM. Mais de 5 milhões de pessoas passaram a acessar os cursos técnicos Brasil a dentro com a criação de mais de 300 campi de Institutos Federais de Educação. O orçamento da educação se fortaleceu com o FUNDEB.
Avançar é preciso, jamais regredir!
É preciso sempre lembrar que houve uma época recente em que o ensino técnico foi proibido no país. Que período foi esse? No governo FHC!
Enfim, o 'Ponte para o Futuro' é, na prática, transpor o modelo tucano de gestão e política educacional para o MEC, para o nível federal. Mas esse modelo já existiu, no período FHC! E todos sabemos como foi, um caos!
Mas desta vez o caos ameaça ser maior. Basta se atentar para a primeira diretriz econômica do 'Ponte para o Futuro': acabar com as verbas vinculadas da educação e da saúde! Dá para imaginar o que é isso? O Brasil, desde a Constituição de 1988, criou um modelo universal de educação e saúde, garantindo orçamentos públicos mínimos para isso: de 18% a 25% para a educação e de 12% a 15% para a saúde.
A 'Ponte para o Futuro', do governo Temer, sustentado pelo Congresso do Cunha e em aliança com o PSDB, propõe acabar com isso numa canetada, para sobrar mais grana para o ajuste fiscal, ou seja, grana para pagar juros ao capital financeiro.
E ainda tem os 'projetos' chamados 'escola sem política', propostos pelos deputados tucanos e evangélicos (da bancada do Cunha e do Malafaia), que pretendem amordaçar os professores em sala de aula, proibidos de 'falar de política'!
O setor público educacional brasileiro é forte,estruturado e politizado. Certamente será uma grande trincheira ao avanço desses vampiros que ameaçam assaltar o poder.
Guerra à vista!
Ricardo Jimenez
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