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domingo, 21 de maio de 2017

A van anti-corrupção, o símbolo da imoralidade do golpe! Por Ricardo Jimenez


O golpe de 2016, que se iniciou com a não aceitação da derrota por parte de Aécio Neves, o maior dos cínicos golpistas, em 2014, e seu acordo com Eduardo Cunha (e Michel Temer) para sabotar o governo Dilma em 2015, fato que levou o país a uma crise econômica devastadora, foi exatamente isso: imoral.


Surfando na onda seletiva anti-petista criada pela parceria mídia/lava jato, movimentos 'sociais' de direita e toda a classe fisiológica da política, até a véspera navegando na nau petista, pularam para o barco do golpe e foram para as ruas, de verde e amarelo, 'combater a corrupção' e exigir, sem provas, o impeachment da Presidente legitimamente eleita.

O símbolo maior dessa imoralidade talvez seja a van 'anti-corrupção', liderada por um Aécio Neves ladeado por Alckmin, Aloísio, Paulinho da Força e outros 'indignados'.

A van anti-corrupção rumava para a Paulista para encontrar a turma da camiseta da CBF-Nike e, arrumadinhos, aparecer ao vivo na transmissão da Globo.

Ali estavam, além de Aécio, Lobão, Ronaldo, os defensores da intervenção militar, os dória boys do MBL e muita gente gritando contra o PT, contra Lula, contra os 'comunistas' e, todos, saudando o grande herói Sérgio Moro.

A camiseta que fazia sucesso dizia: 'Eu não tenho culpa. Eu votei no Aécio!".

O desfecho final dessa peça bufa foi a montagem do governo Temer, fundado na traição, na aliança PMDB/PSDB e no programa 'Ponte para o Futuro', um remake neoliberal tardio, sem voto, determinado pelo 'mercado' e pelos interesses estrangeiros, defendidos dia e noite pela mídia.

Para entregar o pré sal, acabar com a previdência pública, acabar com a CLT, destruir a engenharia nacional e congelar os investimentos públicos por 20 anos, o conluio chamado de 'governo Temer' seguiu em frente, apoiado na mídia e beneficiado pela parcialidade anti-petista da republiqueta curitibana.

Bom, até o Joesley.

Ao levar os áudios, por motivos ainda não muito claros, diretamente até o MP Federal em Brasília, que também é parcialmente anti-petista, Joesley furou a bolha.

A imoralidade do golpe vazou bolha afora. O 'governo' Temer ficou nu. Acabou.

Desesperadamente, para se livrar da van anti-corrupção e de Temer, a Globo jogou-os todos ao mar e embarcou no barco da eleição indireta.

Mas por que eleição indireta se 90% da população quer votar?

Porque com a eleição indireta, o golpismo joga fora o que incomoda, a van anti-corrupção e Temer, e fica com o que realmente importa: cumprir a missão maior e, com um presidente escolhido a dedo, seguir na reimplantação neoliberal, com as 'reformas'.

A frase do Meirelles é cristalina: "fico mesmo se Temer cair e seguiremos com as reformas".

Voto, vontade popular, democracia? Detalhes sem importância.

A partir de hoje, os democratas de todo o Brasil começarão a encorpar o movimento das Diretas, já! Esse movimento se soma à luta anti-golpista que se trava desde 2015.

E dessa vez a luta será contra os interesses defendidos pela maior empresa de mídia do país que insiste em impor sua vontade acima da vontade popular e dos interesses nacionais e que, junto com o que restou dos 'movimentos impitimistas' como os dória boys do MBL, tenta deslegitimar as Diretas.

A luta pela reconstrução da democracia e contra a imposição de uma agenda antinacional e antipopular passa pela ampliação da unidade democrática e pelos gritos conjuntos: Fora Temer e Diretas já!

O povo é contra as reformas, o povo quer votar!

Ricardo Jimenez

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