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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

"Com o pouco que recebem, as escolas brasileiras dão resultado", afirma Coordenador Geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara

Daniel Cara defendeu o SINAEB como ferramenta para avaliar a educação brasileira.


O Coordenador Geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, em seu Twitter e nas redes sociais, saiu em defesa da escola pública após a grande imprensa usar o resultado do PISA (Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes) para atacar o ensino brasileiro e criminalizar, ainda mais, a escola pública. Em áudio enviado por ele às redes sociais, o educador fez uma análise crítica do porquê o país estagnou. Para ele, o Brasil não evolui por não ter tido a capacidade de reorientar as políticas educacionais que existem e ser incapaz de tirar do papel leis importantes como a Emenda à Constituição 59/2009, que amplia a obrigatoriedade do ensino e exige melhorias da condição de oferta à população. Além disso, Cara afirmou que o país não cumpre a lei do Piso do Magistério e, principalmente, "o Brasil não tem cumprido com o Plano Nacional de Educação (2014-2024), que era um roteiro, um planejamento para fazer com que o país avançasse em termos educacionais". 


Daniel chamou atenção para o fato de as escolas brasileiras trabalharem com ⅓ do investimento por aluno, em relação aos países desenvolvidos:



O educador criticou aqueles que acham que a Educação deve seguir a lógica do mercado, mostrar resultados imediatos. Além do investimento, Cara atentou para o fato da escola ter uma gestão democrática ao longo do tempo e deu o exemplo da educação em Portugal que investiu pesadamente no setor por 40 anos, justamente após a queda da ditadura de Salazar por lá, para ter resultado.



Defendendo o SINAEB (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica), um sistema que, além das aprendizagens dos estudantes em Ciências, Matemática e Português, analisa as condições de ensino, aonde se localizam as escolas, o Coordenador Geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação afirmou: ""Qualquer pessoa com um mínimo de raciocínio lógico sabe que uma escola que está localizada em um bolsão de violência não vai dar bom resultado, logo, só a política de educação não vai resolver. É preciso integrar política de educação com política de saúde, de assistência social e, também, no caso de bolsões de violência, com políticas de segurança pública, que precisam ser inteligentes, preventivas, não pautadas na exclusão das pessoas que vivem em condição de vulnerabilidade".

Em vista disso, o psolista criticou o exame, devido a sua limitação para avaliar o ensino nacional, mas reconhece que há um descuido histórico dos governos brasileiros com a Educação, mas que o cuidado com o ensino público piorou substancialmente durante o governo Temer e é "desprezado pelo governo Bolsonaro":

Ao contrário do que dizem os "especialistas do mercado da educação" na grande mídia, de que é preciso investir, apenas, na formação do professor, Daniel criticou as políticas para o setor do governo do presidente "sem partido", dizendo que é preciso ir além dos "conselhos de mercado e "valorizar os professores pelo tripé remuneração, carreira e formação:


E foi além, deixando subentendido que há um sucateamento da estrutura pública no país, atualmente:


Entretanto, o educador reconheceu que o PISA serve para mostrar que o país "subfinancia a Educação", embora este não seja a solução. Para o Coordenador Geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, é preciso retomar o PNE aprovado para o período 2014-2024:


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