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terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Em programa da TV Câmara, de Ribeirão Preto, MST discute a necessidade de se implementar Programa de Aquisição de Alimentos no município.

A dirigente estadual do MST, Neusa Paviato, destacou que a produção agroecológica é uma linha política do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
Fotos: Filipe Augusto Peres

No último sábado, 6, o programa Ponto de Encontro, da TV Câmara, do município de Ribeirão Preto, recebeu os militantes do MST/Ribeirão Preto para debater a necessidade de comprar os alimentos produzidos pelo pequeno agricultor local, discutiu-se a possibilidade de se implementar um Programa de Aquisição de Alimentos em Ribeirão Preto. Para isso, estiveram presentes, além da apresentadora Jane Sá, o vereador Jorge Parada (PT), e pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Nivalda Alves de Jesus, Presidenta da COMATER, Neusa Paviato, dirigente estadual pelo setor de produção do MST/São Paulo e Nelson Corrêa, agrônomo, especialista em sistema agroflorestal.


Lembrando a plenária ocorrida no dia 23 de setembro, a pedido da deputada estadual Márcia Lia, do PT/SP, Jorge Parada citou o programa já implementado pelo município de Araraquara, na atual gestão de Edinho Silva (PT/SP), em que os pequenos agricultores e assentados entregam a sua produção ao Banco de Alimentos, de onde são distribuídos para as entidades sociais, beneficiando os agricultores familiares, que vendem a sua produção diretamente para a Prefeitura sem licitação e, por outro lado, são beneficiadas, semanalmente, em torno de 26 entidades sociais, que recebem alimentos diversificados, saudáveis, sem agrotóxicos.

"A agricultura familiar é mais democrática", afirmou Jorge Parada.


Além da alimentação saudável, o vereador petista destacou a geração de empregos ocorrida como o incentivo da agricultura familiar:
“A agricultura familiar é muito mais democrática porque dá oportunidade às famílias. Ela não é o monopólio de uma indústria, de um lobby... e que, infelizmente, hoje, prospera no país”.

Jorge ainda destacou o exemplo que o MST dá à sociedade, quando, além de gerar renda a centenas de famílias, não só protege como recupera o meio ambiente por meio da sua produção alimentar agroflorestal:
“A região está, praticamente, sendo dilapidada pela monocultura da cana e a contrapartida tem de ser através da agricultura familiar. Esse exemplo do MST precisava ser divulgado por todos os municípios porque é, realmente, o produto sem agrotóxico, dentro da visão de uma oportunidade de emprego e de posse da terra.

A presidenta da COMATER, Nivalda Alves de Jesus, durante o programa destacou que o modo de produção agroflorestal, além de saudável, pode ser conferido pela população mediante as visitas agendadas ao Assentamento Mário Lago, fazendo com que o consumidor tenha contato direto com o produtor, sem atravessadores, conhecendo a procedência do alimento que consome, o que é uma vantagem relacionada aos grandes supermercados.

"Quando a mulher tem renda, ela é empoderada".


Além disso, a presidenta da Cooperativa Agroecológica Mães da Terra, lembrou que já existe um contrato assinado com a prefeitura voltado para a merenda escolar mas que este, ainda é incipiente diante do potencial de produção do Assentamento Mário Lago. Nivalda também lembrou a importância do PAA para a emancipação da mulher:
“O trabalho da mulher no campo, no assentamento, é muito importante porque todos sabem que sempre houve discriminação contra a mulher, todos os dias vemos as mulheres serem vítimas do machismo, sofrendo agressões de todos os tipos. Quando a mulher tem uma renda, ela é empoderada, e é isso que nós do MST estamos fazendo na Fazenda da Barra”

Ampliando o que já fora afirmado por Nivalda, Nelson Corrêa destacou que a produção agroflorestal “tem trazido a vida de volta para o campo”. Para ele, ao fazer isso, o assentamento proporciona às famílias a possibilidade destas estarem comungando com a natureza através do consumo da produção e da visita às áreas de produção.
Nelson Corrêa citou o dossiê
da ABRASCO sobre os malefícios
dos agrotóxicos à saúde humana.
O agrônomo, especialista em agroflorestal, ainda destacou a importância de se consumir um alimento sem agrotóxico como forma de se preservar a saúde e citou o dossiê “Impactos dos Agrotóxicos na Saúde”, realizado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), que mostra todas as enfermidades geradas pela contaminação do alimento, das águas pelo uso de agrotóxico).

A dirigente estadual Neusa Paviato, em sua fala, destacou que a produção agroecológica é uma linha política do MST e que, a produção agroflorestal ocorre em diversos assentamentos espalhados por todo o estado de São Paulo:
“Nós temos, hoje, no Estado de São Paulo, quase 15.000 famílias assentadas produzindo comida saudável, orgânica, trabalhando com a agroecologia, com a agroflorestal. E hoje, dentro do Assentamento Mário Lago, já tem várias pessoas produzindo nesse sistema, que é uma linha política do MST. [...] Nós temos consciência que precisamos recuperar o meio ambiente e produzir comida saudável para a classe trabalhadora”.

Neusa, ainda, destacou que existe uma feira realizada pelos assentados todo sábado, das 9:00 às 12:00, na sede municipal do Partido dos Trabalhadores. De acordo com a dirigente, se o consumidor não puder ou não quiser ir ao local, pode ir diretamente para o Centro de Formação Dom Hélder Câmara, na Fazenda da Barra ou ir a um dos vários pontos de entrega das cestas agroflorestais disponibilizados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.


Informações:

Feira Agroecológica do MST
Onde: Av. Santa Luzia, 120 – Jardim Sumaré.
Quando: todo sábado.
Horário: das 9:00 às 12:00

Pontos de entrega das cestas agroflorestais

ARFUSP:
Onde: Av. Bandeirantes, 3900 – Vila Monte Alegre
Quando: terça-feira
Horário: 16:00 às 19:30
Jardim Bela Liria
Onde: Rua São José, 2101
Quando: terça-feira
Horário: 16:20 às 19:30

UGT
Onde: Rua José Bonifácio, 59 - Centro
Quando: terça-feira
Horário: 18:00 às 19:30

Livre Leve
Onde: Rua Eliseu Guilherme, 1287 – Jardim América
Quando: terça-feira
Horário: 17:00 às 18:20

Contatos:
Facebook
Assentamento Mário Lago
Cestas Agroflorestais

Bibliografia:

Dossiê Abrasco “Impactos dos Agrotóxicos na Saúde”. In: https://abrasco.org.br/dossieagrotoxicos/

Programa Ponto de Encontro:



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