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quarta-feira, 22 de abril de 2020

Existem alternativas de conseguir recursos para o combate ao Covid-19 sem prejudicar a classe trabalhadora


A classe empresarial tem feito campanha pela reabertura do comércio, contrariando o diagnóstico de cientistas e da OMS. Carreatas tem sido realizadas por empresários de extrema-direita com a afirmação de que a população precisa trabalhar, pois a geladeira está vazia. Ao mesmo tempo, o Congresso tem criado medidas que cortam o salário dos trabalhadores, retiram-lhes direitos, precarizam as relações trabalhistas como se esta fosse a única saída. Entretanto, existem outras formas de arrecadar verba para o combate a pandemia de Covid-19. Uma delas é cobrar a dívida de R$ 1,5 trilhões que o 1% dos mais ricos empresários e ruralistas possuem com a fazenda nacional, denuncia João Pedro Stédile, da direção nacional do MST.


De acordo com JP, a maior parte desta dívida relaciona-se com impostos cobrados por estas empresas dentro dos produtos ou imposto de renda sobre o lucro líquido, ambos não recolhidos. De acordo com o dirigente, apenas 4013 pessoas físicas/jurídicas devem R$ 906 bilhões.




Stédile já lembrara que o governo Bolsonaro destinou como recurso direto à classe trabalhadora apenas R$ 48,1 bilhões e para saúde, estados e municípios R$28,3 bilhões.



Outra forma de não jogar a conta nas costas do povo é a proposta de taxação das grandes fortunas.

De acordo com o deputado federal, Marcelo Freixo (PSOL-RJ), a taxação sobre a renda e o patrimônio das pessoas que ganham mais de R$ 1,2 milhão por ano e daquelas que possuem um patrimônio superior a R$ 10 milhões pode render um impacto de R$ 159,4 bilhões superior a R$ 10 milhões. Atualmente, há uma campanha realizada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo para a arrecadação de 150.000 assinaturas que serão enviadas ao Congresso Nacional exigindo a taxação das grandes fortunas. Veja no link abaixo: 
Assine o abaixo assinado: taxar fortunas para salvar vidas

Enquanto o governo não prioriza os trabalhadores do campo e da cidade , hoje, para tentar dar conta do aumento imensurável da demanda, cerca de 90 covas tem sido abertas no maior cemitério da América Latina, o Vila Formosa, localizado na zona leste de São Paulo. Recentemente, após sair do Ministério da Saúde, o agora ex-ministro Henrique Mandetta, declarou:  "A Casa Grande arrumou o quarto dela, a despensa está cheia. Tem o seu próprio hospital. Lamenta muito o que está acontecendo mas quer saber quando o engenho vai voltar a funcionar". O país já possui mais de 2700 mortes.

Com a flexibilização da quarentena, agravada pela falta políticas de proteção social, em pouquíssimo tempo não haverá terra para emterrar e nem funerária para transportar os corpos.

Maior cemitério da América Latina, o cemitério Vila Formosa tem aberto 90 covas todo dia.

 Parafraseando o que foi cantado magistralmente por Tânia Alves,  no Especial de Natal, Morte e Vida Severina, dirigido por Walter Avancini, baseado no poema homônimo de João Cabral de Melo Neto: Se depender da burguesia, este será o leito que caberá aos trabalhadores do campo e da cidade. Veja o vídeo abaixo:






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