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segunda-feira, 27 de abril de 2020

PRECISAMOS FALAR SOBRE FEMINICÍDIO - Por: Luciana Porfirio e Claudia Ferreira

Hoje houve mais uma vítima de feminicídio. Muito perto de nós, uma de nós. E enquanto profissionais da Educação não podemos nos calar.

Dentro e fora do lar, as mulheres são mortas diariamente, no Brasil os números tem se elevado, cada vez mais.  Em nossa sociedade a educação tem tido historicamente a função de levar aprendizagem para o convívio em sociedade e, nesse sentido, os valores necessários que vão ancorar as relações sociais entre os seres humanos. Por ser as sociedades permeadas por sexismo, sabemos que se não houver intervenção das instituições e do Estado, cada vez mais, leis punitivas, conscientização, pesquisas, abordagens serão suficientes para romper com esse ciclo. A ideia é que desde a Educação Infantil possamos promover uma educação nesse sentido, em que se ensine igualdade de gênero. Ainda vemos que a maior parte de mortes de mulheres é decorrente da condição de gênero. Na escola, a omissão desse assunto perpetua uma educação machista que tem sido fatal a mulheres de todas as classes sociais e independente de idade.

O sexismo enraizado nas sociedades pelas “relações de poder” colocadas sobre mentes e corpos predeterminando o que é ser mulher ou ser homem. Apesar disso, corpos e mentes resistem, se rebelam e revelam-se, transgredindo os padrões estabelecidos, não sem as marcas de sofrimentos ou dores, como nos relatos das “infâncias” dos ativistas, devido a um modelo educacional binário que, em qualquer espaço institucional, oprime e silencia identidades, segrega e discrimina pessoas. Já para a sociedade brasileira e seu nível ascendente de violência contra as mulheres e feminicídio, motivados pela condição de gênero, a obra é um alerta para intervir na gênese desta “asfixia social” que não pode mais ser silenciada e negligenciada, o que exige uma reconfiguração epistemológica da educação infantil, tendo a igualdade como ponto de partida e chegada na escola e nas demais instituições com as quais ela dialoga. (uma análise do livro sobre gênero desde a primeira infância e que será publicado em revista especializada - Revista Brasileira de Educação.)

Luciana Porfirio 
Claudia Ferreira

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