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segunda-feira, 30 de maio de 2022

Resíduos sólidos: ecopontos, cata galho e coleta seletiva patinam em Ribeirão

 


No último dia 10 de maio a Comissão Permanente de Meio Ambiente da Câmara de Ribeirão Preto realizou reunião pública para debater a questão dos resíduos sólidos na cidade. Segundo informações do vereador Marcos Papa (Podemos), presidente da Comissão, a Prefeitura pretende fechar um consórcio de municípios da região da alta mogiana (num total de 20 municípios) para licitar um serviço conjunto sobre gerenciamento dos resíduos sólidos e, enquanto isso, também trabalha para publicar um Plano Municipal Integrado de Resíduos Sólidos, como mada a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

O Plano Municipal Integrado de Resíduos Sólidos está na fase de projeto, sendo elaborado pela Caixa Econômica Federal ao custo de 7 milhões de reais, e também se articula com o Plano Municipal de Saneamento e com o Plano Integrado de Educação Ambiental, todos com a participação direta da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Segundo dados apresentados na reunião, referentes ao ano de 2019, apenas 0,27% dos resíduos de coleta seletiva são coletados devidamente na cidade, diante da promessa da Prefeitura de recolher por coleta seletiva os resíduos de 60% do município, atingindo 144 bairros.

Audiência CEE dos Resíduos Sólidos: https://www.youtube.com/watch?v=d3Xjk7dNLI0

Os dados também apontam que 83% dos resíduos sólidos produzidos em Ribeirão Preto (uma média de 0,8 kg por dia por pessoa), vai para o aterro sanitário de Guatapará. Lembrando que Ribeirão Preto ainda tem o aterro de Jardinópolis, que recebe resíduos especiais, e a usina de reciclagem da construção civil do Simioni.

Para conseguir diminuir a quantidade de resíduos destinada ao aterro e aumentar a vida útil do mesmo, Ribeirão precisaria reciclar mais e, portanto, aumentar a coleta seletiva, e aumentar o número de ecopontos.

Ribeirão tem apenas uma cooperativa de catadores de reciclados, quando necessitaria de dezenas espalhadas pelos bairros. E Ribeirão tem apenas 4 ecopontos (há mais dois em construção) dos 17 prometidos por Nogueira para o seu segundo mandato. Os ecopontos representam um avanço na política de recolhimento de resíduos recicláveis na cidade, substituindo as caçambas sociais introduzidas em 2014 pelo governo anterior. As caçambas sociais eram tidas pelos bairros como verdadeiros lixões a céu aberto.

Na zona oeste, uma das últimas caçambas sociais está sendo desativada e um ecoponto está sendo construído a menos de 100 metros do local, refletindo uma luta dos movimentos sociais da região, principalmente do Conseg Oeste. Será o segundo ecoponto dentro de uma área que contempla dezenas de bairros entre Alexandre Balbo e o Jardim Paiva. Mas não é o suficiente, já que os resíduos de massa verde, resultado de podas de árvores, não estão sendo recolhidos nos locais, por falta de uma máquina de picar galho, e não há um serviço de "catatreco", ou seja, de um caminhão da Prefeitura que faça o recolhimento do resíduo reciclável nas ruas dos bairros, o que dificulta o acesso da população mais pobre aos ecopontos.

O Secretário da Infraestrutura, Carlos Eduardo Nascimento, prometeu que a Prefeitura está fazendo estudos para a implantação de uma usina de compostagem na cidade e defendeu a existência do caminhão "catatrecos", no que foi contestado por lideranças presentes na reunião.

Falta para Ribeirão Preto uma política com P maiúsculo no que se refere aos resíduos sólidos e isso vai causando danos ao meio ambiente e problemas para a população, principalmente dos bairros da periferia da cidade.

Ricardo Jimenez - editor de O Calçadão

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