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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

O PMDB de São Paulo nunca foi Dilma! São Paulo nunca foi Dilma!


São Paulo é um Estado complicado. Por aqui veste-se a farda de 1932 desde 1910, ano em que o Presidente Hermes da Fonseca tentou conter o poder dos coronéis paulistas e criar um país mais amplo e foi obrigado a recuar diante de uma mobilização de guerra.

Mais tarde, em 32, a guerra ocorreu de fato contra o governo de Vargas.

A principal força política de oposição, o PSDB, tem seu núcleo em São Paulo e quando teve o comando nacional governou para São Paulo, implantando políticas econômicas e sociais que impossibilitaram o crescimento das outras regiões do país.

E o PMDB paulista?

Bom, o PMDB paulista não tem uma liderança sequer que tenha voto além de Pirituba, mas se comporta tal e qual o PSDB. Só pensa em São Paulo.

Aliás, em São Paulo, há uma aliança bacana que mostra bem como caminha o processo oposicionista no Brasil, cada vez mais golpista e radical contra o governo Dilma. Aqui se juntam o PPS, o PSB, o PMDB e o PSC, cada um com sua liderança golpista própria.

Foi em São Paulo que Aécio venceu com folga, dando certo conforto a um candidato fragorosamente derrotado em sua própria terra, Minas. E é em São Paulo que Eduardo Cunha encontra guarida no seio dos movimentos direitistas como MBL e Revoltados Online.

O candidato a governador de São Paulo do PMDB, o Skaf, foi mais oposição a Dilma do que o próprio Alckmin, de quem Skaf tenta ser o genérico.

O grupo político de Michel Temer sempre foi Alckmin na Assembleia Legislativa e Temer aceitou a vice porque tinha e tem o que perder caso não abrace, sempre, o governo de ocasião.

Agora Marta (que usa o sobrenome do ex-marido) se junta à turma. É mais uma oriunda da cúpula do PT paulista, outro grupo para o qual só existe São Paulo e nada mais.

Ou seja, São Paulo nunca foi Dilma, nem mesmo dentro do PT local!

Portanto, quando há um momento político complicado como esse, a pior coisa a se fazer é tentar enxergar o PMDB como um conjunto unido e buscar repactuar forças tentando dialogar com esses paulistas que mencionei.

Dilma está correta quando busca negociar com o PMDB como ele realmente é: uma federação de interesses regionais abrigados numa mesma sigla. O PMDB fora de São Paulo, particularmente no Rio, tem muito a ajudar nesse momento. E Dilma está correta quando tenta apostar em fissuras políticas no seio paulista, como está fazendo com Kassab e seu PSD.

E aí, nessa hora,  é preciso, para aqueles que um dia acreditaram que a hegemonia era algo concreto, pensando no governo, saber recuar e dividir poder com os aliados.

Lênin ensinou: "um passo atrás, dois passos à frente".

Ricardo Jimenez




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