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segunda-feira, 16 de março de 2020

Eleições 2020: resumão do cenário eleitoral

As pré-candidaturas vão surgindo

Enquanto os pré-candidatos a vereador vão aproveitando a janela eleitoral para permanecerem ou mudarem de partido, as candidaturas a Prefeito vão se encaminhando e tomando forma. Nos últimos dias Gláucia Berenice trocou o PSDB pelo DEM, que também recebeu a ex-vereadora Viviane Alexandre, Maurício Vila Abranches trocou o PTB pelo PSDB, Waldyr Vilela trocou o PSD pelo MDB e o trio Jean Corauci, Antônio França, Orlando Pessoti trocou o PDT pelo PSB. 

Outras trocas são esperadas para esta semana. As disputas para vereador serão difíceis pois esse ano não haverá coligações proporcionais, cada partido terá chapa própria com no máximo 33 vereadores e com um coeficiente eleitoral por volta de 12 mil votos. 

Este Blog tem feito nos últimos meses uma análise do cenário eleitoral a partir da nossa opinião e do nosso ponto de vista político. Abaixo, faremos um pequeno resumo da nossa leitura até o momento.

Indicamos que a candidatura a reeleição de Duarte Nogueira (PSDB) representa a continuidade do projeto neoliberal, com a terceirização dos serviços públicos, retirada de direitos dos servidores e uma agenda pró-mercado antenada com os projetos neoliberais encaminhados no governo do Estado por João Dória/Henrique Meirelles e no governo federal por Bolsonaro/Paulo Guedes. Nogueira busca consolidar o voto da classe média conservadora, que votou em Bolsonaro em 2018, e até algum voto popular a partir da narrativa de jogar as falhas na sua antecessora e os méritos na sua 'capacidade' administrativa. Nogueira terá forte apoio de empresários e já conta em sua aliança com o Novo, o Avante, o PTB e pode vir a fechar com o DEM e com o Podemos. Mas pode encontrar dificuldades se o projeto neoliberal continuar a naufragar daqui até outubro, com a imponderável pandemia, e a sua gestão começar a ser mais bombardeada. 


Outra opinião que defendemos é que, hoje, o campo político com mais potencial de enfrentar Nogueira é o campo de centro, que pode ter no mínimo duas candidaturas: Ricardo Silva (PSB), que trás a memória eleitoral de 2016 e é a figura que mais antagoniza com o Prefeito, e uma possível candidatura de João Gandini pelo MDB. 

Essa semana o PSB e o PDT fecharam acordo em São Paulo para o apoio da candidatura de Márcio França (PSB), o que pode indicar que o mesmo aconteça por aqui, com o prefeitável Lincoln Fernandes saindo a vereador pelo PDT, apoiando Ricardo Silva. 

O MDB, possível fiel da balança nessas eleições, ainda não definiu se terá candidatura própria (será Gandini?) e, com certeza, está sendo procurado tanto por Nogueira quanto por Ricardo para conversas. Tudo vai depender do que querem as suas lideranças locais e o líder nacional e deputado Baleia Rossi. O centro vai confrontar Nogueira atacando suas falhas administrativas, aprofundando um discurso social à medida que o projeto neoliberal naufraga mas mantendo uma narrativa conservadora nos costumes e no discurso da segurança pública e anti-corrupção, sempre focado em Ribeirão Preto, evitando, assim, nacionalizar o debate político. 

A esquerda virá com, no mínimo, duas candidaturas: PT e PSOL lançarão candidatos. O PT já definiu seu pré-candidato, Antônio Alberto Machado. Machado vem apresentando em suas primeiras entrevistas como pré-candidato uma postura interessante. Mostra capacidade de defender o PT diante dos ataques que virão com a virtude de se apresentar como um político novo, com uma trajetória profissional de destaque e com discurso, alicerçado na prática, de defesa dos direitos humanos. Machado e o PT pretendem apresentar um programa inovador para Ribeirão Preto, conversar com a classe trabalhadora a partir das periferias e conquistar aqueles que estão cansados das brigas e disputas radicalizadas da atual conjuntura. Ao acertarem no discurso e no programa, a partir de uma campanha militante e ampla, Machado e o PT podem surpreender. 

O PSOL definirá seu pré-candidato em abril e a escolha será entre dois professores: Anne Schmaltz e Mauro Inácio. O PSOL também aposta na sua militância e no seu programa à esquerda, de defesa de direitos, tendo no sucesso de sua candidatura majoritária a aposta para conseguir eleger seu primeiro vereador em Ribeirão Preto, o que seria um ganho para o campo de esquerda, para a qualificação da Câmara e para a própria cidade. 

No campo da direita conservadora, bolsonarista e/ou lavajatista, se anunciam dois nomes: Luiz Henrique Usai pelo Patriotas e Rodrigo Junqueira pelo PSL. A direita continua apostando na narrativa antissistema e anti-petista para buscar surpreender em Ribeirão Preto, contando com a base eleitoral eleitora de Bolsonaro.

Certamente outras candidaturas a Prefeito surgirão e serão discutidas por este Blog.



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