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terça-feira, 6 de julho de 2021

Atuação dos mandatos de esquerda aponta um outro projeto de cidade

 

Uma visão de esquerda para Ribeirão Preto

Nesses primeiros seis meses de atividade parlamentar, a atuação da bancada de esquerda na Câmara, composta pelos mandatos Coletivo Popular Judeti Zilli PT, Duda Hidalgo PT, Ramon Todas as Vozes PSOL e França PSB (ainda com o acréscimo de Zerbinato PSB), tem esboçado, na oposição ao projeto neoliberal e elitista de Nogueira PSDB, um outro projeto de cidade.

São vários e importantes temas onde o posicionamento político do bloco de esquerda diz não ao neoliberalismo do Prefeito e convida Ribeirão Preto a pensar um outro caminho para a construção de uma cidade mais democrática, inclusiva e humana 

Vejamos.

Não às terceirizações

Educação, saúde, gestão de parques públicos. Enquanto o projeto neoliberal aprofunda a política do Estado mínimo, passando a coisa pública para a iniciativa privada, o que só causa precarização dos serviços, aumento de tarifas e desigualdade social, os mandatos de esquerda apontam no caminho contrário, no fortalecimento do poder público na gestão da vida pública, junto a um processo de democratização da gestão, a partir da participação da sociedade civil organizada. A execução de uma política de fortalecimento do poder público passa pelo orçamento participativo e pela descentralização administrativa, pautas fundamentais de um outro modo de conduzir a cidade 

Defesa dos serviços públicos e dos servidores

Luta contra a extinção do Daerp, luta contra a terceirização das creches, contra a terceirização das merendeiras, contra a precarização do Sassom e do IPM, pela valorização dos servidores, inclusive na proteção da vida durante a pandemia (atuando em prol dos servidores do Daerp, educação, saúde), são pautas concretas que fizeram parte do posicionamento político dos mandatos de esquerda e que vão na contramão do projeto de enfraquecimento dos serviços públicos e de ataques aos servidores promovidos pelo projeto neoliberal de Nogueira.

Despejo Zero e política de moradia

Durante a pandemia os despejos de famílias que lutam por moradia digna é mais do que um crime, é uma crueldade. No enfrentamento a esse absurdo, os mandatos de esquerda, junto com os movimentos sociais, construíram a campanha do Despejo Zero, que teve na parceria campo e cidade, entre o MST e a UMM, em Ribeirão Preto um exemplo para todo o estado. São 50 mil pessoas ocupando espaços de moradia precária na cidade sem que o poder público construísse uma única moradia social nós últimos quatro anos e meio. Fortalecer o Conselho Municipal de Moradia e criar uma Secretaria Municipal de Habitação são pautas presentes em um projeto que tenha na garantia do direito à moradia um princípio básico.

Distribuição, geração de renda e segurança alimentar

Novamente a parceria com os movimentos sociais fez um contraponto fundamental ao modelo concentrador de renda e excludente em execução na cidade. Em plena pandemia, foi da produção agroflorestal dos assentamentos de Ribeirão Preto que brotou o alimento que matou a fome nas periferias, mostrando que um mínimo de planejamento e articulação podem fazer a diferença em um politica de segurança alimentar na cidade. E além, pois um programa municipal de distribuição de renda articulado com um programa de formação técnica visando a formação de cooperativas populares pode completar esse cinturão de proteção social que pode ser construído na cidade.

Mobilidade Urbana

Juntamente com outros vereadores, a bancada de esquerda teve a coragem de apontar a necessidade de se rediscutir a política de mobilidade urbana de Ribeirão Preto, fundamentalmente o serviço de concessão do transporte coletivo, se colocando contrariamente à chamada "Bolsa Pró Urbano" que pode destinar até 17 milhões de reais do dinheiro público para as empresas permissionárias. E mais: é preciso discutir o caráter das obras de mobilidade que hoje estão sendo realizadas, sendo algumas paralisadas por contas de aditivos solicitados pelas construtoras. Que tipo de política de mobilidade urbana Ribeirão Preto necessita? O esboço dessa resposta foi apresentado pela atuação da bancada de esquerda: fortalecer a participação do poder público na construção de um modelo que beneficie o trabalhador e a cidade, diminuindo a quantidade de carros circulando por Ribeirão. 

Há muita coisa a se fazer, a se planejar, a se debater no que diz respeito à construção de um projeto popular, democrático e inclusivo para Ribeirão Preto. Um projeto que devolva aos ribeirão-pretanos a esperança de uma cidade melhor, mais acolhedora e justa. Mas uma parte dessa tarefa passará pela atuação dos mandatos de esquerda na Câmara de Vereadores, juntamente com a capacidade de diálogo e de atuação junto dos movimentos sociais e da sociedade como um todo.

Ricardo Jimenez - editor do Blog O Calçadão


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