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quarta-feira, 19 de junho de 2019

Ribeirão Preto 163 anos: olhar o passado, entender o presente e construir o futuro


Hoje Ribeirão Preto completa 163 anos de história.

É preciso comemorar e, ao mesmo tempo, refletir sobre essa data.

Olhar o passado para compreender o presente e planejar a construção do futuro.

Surgida do processo de expansão agrícola do oeste paulista, Ribeirão Preto se transformou na "terra do café", como canta o seu hino, e dos barões do café. Por aqui a ferrovia chegou em 1886, conectando a cidade com o mundo.

Migrantes de todo o Brasil e imigrantes de todo mundo, principalmente italianos e portugueses, fizeram e fazem a sua história.

Na década de 1950, Ribeirão deixa definitivamente para trás sua característica rural e se transforma em um centro urbano em constante expansão.

Da concentração em torno do centro, praça XV e praça da Catedral, a cidade se expande para todas as regiões, substituindo a ferrovia pelos automóveis e ônibus a diesel.

As décadas de 1980 e 1990 foram as de maior expansão da construção civil. Ribeirão Preto se torna uma cidade grande com benesses e problemas de cidade grande.


Comércio, serviços e o agronegócio fazem aos olhos do mundo Ribeirão Preto se transformar na "Califórnia brasileira". Mas nem só de PIB vive uma cidade. Pobreza, violência, exclusão social também fazem parte do cenário.

Se somos o 10º PIB do Estado, o que mostra ainda uma certa pujança econômica, somos o 22º IDH. Com um índice Gini em torno de 0,550 desde 1991, Ribeirão Preto revela, também, outra face: a desigualdade social (o índice Gini da OCDE é de 0,300. Quanto mais próximo de 1, mais desigual).

Da Constituição de 1988 para cá, o orçamento público vem sendo cada vez mais erodido e incapaz de suprir a cidade dos investimentos públicos necessários. Os serviços públicos se deterioram, a população aumenta e os problemas, também.

Na política, o poder também é cada vez mais concentrado. O setor financeiro, representado pela especulação imobiliária, pelo agronegócio e pelas financeiras, predomina diante do restante da população. Portanto, Ribeirão Preto continua a ser a "Califórnia brasileira", mas só para quem pode pagar por ela.

Para cerca de 80% da população, a Califórnia está bem distante mesmo. Vivem nos bairros periféricos onde há escassez de atendimento de saúde, de educação, de segurança, de emprego, de opções de lazer, cultura e espaços públicos de convivência.

Isso sem contar as cerca de 60 mil pessoas que hoje não têm onde morar, vivendo nos mais de 100 núcleos de favelas existentes na cidade ou mesmo nas ruas.

Portanto, chegamos aos 163 anos com uma história rica, principalmente a construída pelo povo, com um potencial ainda inexplorado mas com muitos problemas. Ao sonhar com o futuro, precisamos projetar uma cidade mais humana, democrática, participativa, inclusiva e com oportunidades abertas para todos. Uma cidade onde o índice de felicidade não dependa da quantidade de dinheiro que o cidadão carrega no bolso ou na conta bancária.

Parabéns Ribeirão Preto, 163 anos de história.

Parabéns aos trabalhadores e trabalhadoras que constroem essa cidade.

Parabéns ao povo que luta todos os dias nos bairros por saúde, educação, segurança, emprego. Parabéns aos produtores da agricultura  familiar que lutam por uma cidade mais justa e saudável.

Parabéns às dezenas de milhares de lutadores e lutadoras pelo direito de moradia.

Parabéns aos servidores públicos  que lutam e batalham por essa cidade e pelos fundamentais serviços públicos.

Parabéns a todos e todas que não desistem de seguir lutando pela cidade que sonhamos.

Blog O Calçadão


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