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domingo, 31 de maio de 2020

Resumo da Semana (31/05/20): com 100 mil casos e crescendo, SP prepara a "retomada"



O QUE SE TORNA PRIORIDADE NO BRASIL: LUTAR CONTRA A COVD-19 OU CONTRA A INSTALAÇÃO DA DITADURA BOLSONARO?

Esse é o dilema que o Brasil vive hoje. Gravíssimo. Somos, com mais de 500 mil casos, o segundo país em contaminação por Covid-19 e caminhando para fechar 30 mil mortos nesta segunda e com as curvas de contaminação e morte em ascensão. O Brasil parece que chegou onde Jair Bolsonaro e seus seguidores, apoiados por uma parte importante do círculo militar, queriam: na antessala do caos. A crise sanitária em avanço descontrolado, a crise econômica e social se armando de maneira inédita (queda prevista de 10% do PIB e desemprego ainda não calculado) e uma crise política às portas de uma ruptura democrática. Neste domingo, Bolsonaro desfilou a cavalo diante de sua minoria radicalizada e cada vez mais se apoderando da narrativa, dos símbolos e dos gestos nazistas. Governadores e prefeitos que antes tentaram encaminhar as determinações sanitárias solicitadas pela OMS estão perdendo a batalha, diante da impossibilidade de concretização das ações mitigadoras (mudança radical na economia para proteger as vidas e a economia), e começam a anunciar uma "retomada" em pleno pico da pandemia, atitude que coloca o trabalhador brasileiro de cara com a fome e com a morte. Pesquisa do Núcleo de Operações de Inteligência em Saúde mostram que o trabalhador tem muito mais chance de morrer, por falta de atendimento na saúde pública, e que entre a população negra o risco de morte é 55% maior do que na população branca. No Brasil de Jair Bolsonaro não se consegue proteger nem a vida, nem a economia, nem a democracia.

MOVIMENTOS ANTIFASCISTAS COMEÇAM A IR ÀS RUAS E ENFRENTAM REPRESSÃO DA POLÍCIA


Há meses que as hordas bolsonaristas, em pequeno número é verdade (Bolsonaro, apesar do radicalismo e da proteção de setores militares, cai constantemente nas pesquisas e já é rejeitado por 50% dos brasileiros), estão indo todos os domingos para as ruas clamando pelo fechamento do STF, do Congresso e uma instauração de uma ditadura militar comandada por Bolsonaro. Há grupo paramilitar armado acampado em Brasília. Há marchas com tochas fazendo referência a grupos neonazistas. Há símbolos neonazistas ucranianos sendo exibidos. Em nenhum momento esses atos foram sequer interpelados pelas autoridades. Mas eis que neste domingo os movimentos anti-fascistas começaram a botar o time nas ruas. Resultado? Repressão por parte da Polícia Militar. Na Paulista a cena de uma bolsonarista portando um taco de beisebol e com a bandeira dos EUA no rosto sendo gentilmente conduzida por um PM enquanto as manifestações pela democracia tomavam uma chuva de bombas de efeito moral resume o estado de coisas do nosso país. As manifestações anti-fascistas de hoje são um reflexo das manifestações que sacudiram os EUA nessa semana após o assassinato de George Floyd por um policial de Mineápolis. Além de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte também houve uma manifestação importante em Londres.

EM RIBEIRÃO PRETO O PREFEITO ANUNCIA A REABERTURA NO EXATO MOMENTO EM QUE A EPIDEMIA AVANÇA

Há muita coisa acontecendo na cidade: CPI das ambulâncias, prefeitura querendo salvar as empresas de ônibus com dinheiro público, as obras e mobilidade embalando os sonhos eleitorais de Nogueira etc. Mas nada é mais importante neste momento do que a necessidade da cidade em lutar contra a pandemia e contra a ameaça de ditadura de Bolsonaro. É momento de unidade e de colocar o ser humano, a sua vida e a sua liberdade em primeiro lugar. Onde está a proteção à vida e à segurança alimentar da população? É possível jogar famílias carentes na rua em época de frio e pandemia? Cadê a unidade em torno da proteção da vida e da economia? Vamos lembrar aos servidores as palavras de Paulo Guedes na fatídica reunião de lupanar: "colocamos a granada no bolso do inimigo". O inimigo? Os servidores públicos, os mesmos que estão na linha de frente do enfrentamento da doença através do essencial serviço público. Lembremos aos servidores e à população que é atendida pelo serviço público que a intenção de Paulo Guedes (com apoio de Nogueira e Dória) é acabar com os servidores e o serviço público. Vamos lembrar ao pequeno e médio empresário as palavras de Paulo Guedes na mesma reunião-hospício: "se ajudarmos os pequenos (empresários) vamos perder dinheiro". É isso que eles pensam quando dizem querer defender a economia arriscando vidas? A opção deles é pelos grandes, que ganham dinheiro na especulação financeira, sem pagar imposto, enquanto o pequeno é triturado. Pergunte para a ACIRP, pequeno e médio empresário, se a instituição fez nota de repúdio em sua defesa contra a fala do ministro. Vamos todos olhar a situação de 40 mil pessoas que moram em favelas em uma cidade profundamente desigual. Vamos olhar a situação dos 5,6 ou 7 mil pessoas em situação de rua. Vamos olhar para a trabalhadora e o trabalhador das periferias sem nenhuma proteção de um governo (municipal, estadual e federal) que não pensa nem na vida nem na economia, pressionados por um sistema injusto e desumano a se exporem à uma doença sem tratamento. É hora da unidade dos democratas, dos verdadeiros democratas que defendem uma economia a serviço da vida e a democracia como princípio fundamental. Que as 43 entidades do movimentos social e os 5 partidos políticos que assinaram a carata-denúncia sobre a garantia de direitos básicos em Ribeirão Preto sejam uma semente dessa unidade e dessa mudança necessária. Se somos de fato 70%, é momento de botarmos a cara em defesa da nossa vida, da nossa saúde e do nosso futuro, um futuro com justiça social, paz e dignidade para todos.

PESSOAS SÃO MAIS IMPORTANTES DO QUE ECONOMIA, DIZ PAPA FRANCISCO






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