O Congresso Internacional de Democracia Participativa,
realizado entre os dias 14 e 16 de março, em Araraquara-SP, contou com a
presença do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra tanto nos debates como
na feira realizada do lado de fora do complexo do CEAR (Centro de Eventos de
Araraquara).
Enquanto as mesas de debates aconteciam do lado interno do CEAR, no lado externo o MST montou barracas e apresentou os seus produtos, frutos da implementação de Sistemas Agroflorestais (SAFs) nos assentamentos de Reforma Agrária. Estiveram representadas na feira o acampamento Paulo Botelho, além dos assentamentos Mário Lago (Ribeirão Preto), Sepé Tiarajú (Serra Azul) e Boa Sorte (Restinga).
Participando, no dia 16 de março, da mesa de debates “A organização da sociedade e os
movimentos sociais”, a Diretora Estadual Neusa Paviato trouxe para o debate a
organização do MST e a sua proposta de desenvolvimento inclusivo e sustentável
por meio da luta pela terra, pela Reforma Agrária Popular.
Neusa apresentou números impressionantes do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra no Congresso, provando em números a força e a
contemporaneidade do slogan político retirado do Manifesto Comunista, de Karl
Marx e Friedrich Engels: “Trabalhadores do mundo, uni-vos!” Sao, eles:
- 1 milhão de famílias assentadas
- 74 mil famílias acampadas na beira de estradas ou em áreas de recuo.
Em sua fala, Neusa chamou a atenção para os benefícios
econômicos e sociais que os assentamentos do MST trazem ao município: “Por
exemplo, em Ribeirão Preto nós temos a cultura da cana. Lá, temos o
Assentamento Mário Lago com 478 famílias assentadas. Esta terra foi destinada
para fins de reforma agrária porque não cumpria a sua função social ambiental.
Havia uma degradação muito grande daquele território. Com o assentamento, a
partir da implementação dos SAFs, além de recuperar a área, mudou-se a lógica
de produção, saindo de uma monocultura agressiva, com intenso uso de agrotóxicos,
expandindo-se para cima das áreas de proteção e reserva ambiental para uma
produção diversificada de alimentos saudáveis, gerando renda às famílias
assentadas e oferecendo à população de Ribeirão Preto um alimento orgânico a um
preço justo”.
Veja o vídeo da participação do MST na feira realizada durante o Congresso Internacional de Democracia Participativa:
Veja o vídeo da participação do MST na feira realizada durante o Congresso Internacional de Democracia Participativa:
A dirigente do MST chamou atenção que o assentamento, além
da produção agroflorestal, dos programas de recuperação ambiental, de
recuperação da vegetação, de reflorestamento e proteção das nascentes, fez com
que, naquele local, casas, posto de saúde, pontos de ônibus chegassem ao local,
cumprindo a função social da terra. Atualmente, o MST luta para que seja implementada
no local uma escola rural.
Paviato também chamou atenção para o envolvimento das
mulheres, assim como em todas as áreas, no setor de produção do MST: “O empoderamento
das mulheres faz parte da linha política do MST”, afirmou.
Ainda sobre o empoderamento feminino, Neusa destacou a atividade realizada pelas mulheres no último dia 13 quando estas ocuparam (e ainda ocupam) a fazenda do estuprador João de Deus, em Anápolis, Goiás.
Veja o vídeo da ocupação explicando o porquê do ato abaixo:
Ainda sobre o empoderamento feminino, Neusa destacou a atividade realizada pelas mulheres no último dia 13 quando estas ocuparam (e ainda ocupam) a fazenda do estuprador João de Deus, em Anápolis, Goiás.
Veja o vídeo da ocupação explicando o porquê do ato abaixo:
A dirigente ainda chamou atenção a soberania alimentar
defendida pelo Movimento a partir de suas áreas de SAFs: “É uma contraposição à
monocultura, uma vez que há diversidades de alimentos. Além disso, nós
cultivamos a troca de sementes, principalmente a criola, gerando, desse modo,
um banco de sementes”.
Por fim, Neusa encerrou a fala mostrando que ao vender a
produção na cidade, seja nas escolas via PNAE, seja nas diversas feiras espalhadas
pela cidade, o MST estabelece um diálogo entre o trabalhador do campo e o trabalhador
da cidade.
Mais fotos:
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O dirigente estadual Pedro Xapuri e a esposa dona Alberina levaram produtos da Reforma Agrária ao Congresso. |
Neusa Paviato mostra notícia da BBC Brasil que mostra o MST como o maior produtor de arroz orgânico da América Latina. |
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