Páginas

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Câmara aprova projeto que pune escolas por recusa de matrícula

 

Escola não pode recusar a matrícula de discentes sem justificativa plausível
Imagem gerada por IA


A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que estabelece sanções para escolas que recusarem a matrícula de alunos, independentemente do nível ou modalidade de ensino. A medida visa, sobretudo, garantir a inclusão de estudantes com deficiência. O texto segue agora para análise do Senado.

O Projeto de Lei 9133/17, de autoria do deputado Helder Salomão (PT-ES), prevê penalidades como advertência, suspensão temporária de admissão de novos alunos ou até mesmo a suspensão da autorização de funcionamento da instituição de ensino. As sanções serão aplicadas em casos de recusa injustificada de matrícula e na reiteração dessa prática.

O autor do projeto destacou que muitas escolas se recusam a matricular alunos, especialmente aqueles com deficiência, sem justificativa plausível. 

"Isso acontece por questões culturais e, principalmente, por preconceito contra a pessoa com deficiência", afirmou Helder Salomão.

A deputada Delegada Adriana Accorsi (PT-GO), relatora da proposta, acrescentou que o projeto prevê a gradativa aplicação das penalidades conforme regulamentação do sistema de ensino. 

"Muitas escolas alegam não ter estrutura para atender estudantes com deficiência ou que já atingiram a 'cota' de matrículas. Essa medida é essencial para combater a discriminação ainda existente"

As alterações propostas serão incorporadas à Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), obrigando as escolas privadas a justificarem por escrito qualquer recusa de matrícula.

Debate no Plenário

Durante a sessão, parlamentares defenderam a proposta, ressaltando a importância da inclusão educacional. A deputada Gisela Simona (União-MT) destacou que o projeto beneficiará pessoas com deficiência e outras populações vulneráveis. O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) reforçou que ainda existem casos de recusa de matrícula por discriminação.

Por outro lado, alguns deputados manifestaram preocupação com o impacto da medida sobre as escolas privadas. O deputado Carlos Jordy (PL-RJ) argumentou que a proposta interfere na gestão das instituições de ensino, enquanto Soraya Santos (PL-RJ) afirmou que o projeto afronta o direito de livre iniciativa.

Já a deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) rebateu as críticas, enfatizando que a liberdade econômica não pode justificar a exclusão de crianças do sistema educacional. 

"Todos conhecem uma mãe que peregrinou até conseguir um lugar para seu filho com deficiência".

Com a aprovação na Câmara, o projeto segue agora para o Senado, onde continuará sua tramitação.

Fonte: Câmara Notícias


Nenhum comentário:

Mulheres tomam as ruas de Ribeirão Preto em ato pelo Dia Internacional da Mulher

  Em torno de 200 mulheres marcham pelo centro da cidade em ato do Dia Internacional da Mulher Fotos: @filipeagustoperes Manifestação reuniu...