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Imagem gerada por IA a partir do poema |
Quanto tempo resiste a memória?A ganância apodrece a terra
os trabalhadores
à cobre de silêncio
e nos faz brotar a sombra mais sombria.
Atravessa-nos o império com lanças visíveis
e vestido
tratadas as fronteiras
terras remarcadas sangram
quem cultiva raízes e esperanças,
como chuva de medo, palha e grades.
Quanto tempo resiste a memória?
A ganância apodrece a terra
os trabalhadores
à cobre de silêncio
e nos faz brotar a sombra mais sombria.
Entrando em cada fenda
o anticomunismo, o fascismo e seu manto,
vem mais uma vez ao nosso encontro,
mais uma vez pelo beco das ausências,
da surdez de nossas mãos e nossos nãos.
Forjado como olhos vendidos e porões ,
venda disfarçada de combate à censura
à entrada prato funesto e apodrecido
colar furioso de quem defendeu ratos
vaginas torturadas, choques elétricos
nomes esquecidos e não resolvidos,
um eco interno e dissonante ressoa em nosso silêncio histórico
câmara oca com quatro cavidades
a razão não se ouve.
Cirandas a chorar dentro de um poço,
a voz se torna lamento individual
soluços no escuro e úmido eco de si mesmo
com seus vestígios de lágrimas perdidas
e raiz isolada
O império define as linhas da América Latina,
escreve seu domínio em tinta invisível,
faz da cultura um campo de batalha,
e nas universidades,
no campo
nas cidades
planta suas armas.
As igrejas sussurram doutrinas.
Sinos mudos,
velamos nossos mortos
nossas mudas
e velados morremos nos prédios pré-natal...
mas os territórios populares,
espremidos entre o lucro e o exílio,
resistem com os pés fincados na terra.
Um comentário:
Belo!
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