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terça-feira, 15 de março de 2016

Lula ministro é o fato novo, o resto é mais do mesmo!

Mais uma vez uma 'delação premiada' com data certa para ser 'anunciada', sempre com o devido estardalhaço, tenta suplantar o verdadeiro fato político não só da semana, mas do ano.

A tal delação de Delcídio não foge à regra da Lava Jato: prender preventivamente e amedrontar com prisão eterna até o cara delatar. Fernando Brito e Luís Nassif já fizeram uma excelente análise sobre a delação do Delcídio. Quero apenas registrar que Mercadante, mais uma vez, comete uma trapalhada, mas, como analisa Nassif, sem grandes impactos jurídicos e que Aécio é hexa delatado.

Não vou aqui fazer o papel de indignado seletivo tachando Aécio de corrupto somente porque ele foi delatado. Quanto a isso sou bem claro: a Lava Jato é uma investigação com cunho político anti-petista e tudo o que foi ali levantado precisa ser provado em um tribunal mais qualificado, que é o STF. Isso vale para qualquer um, até para o Aécio. Mas como ele mesmo usou a Lava Jato como instrumento para acusar adversários, ser hexa delatado nela é um catiripapo mais que merecido no Play Boy.

De modo que tudo o que for levantado na Lava Jato vai cair no Supremo, é lá que tudo vai se decidir. Por enquanto, a República de Curitiba vai fazendo o seu papel em parceria com a mídia, buscando agravar a crise política para tentar derrubar a Presidente Dilma. A novidade nisso é o desgaste do PSDB, o parceiro de rabo sujo que vai ficando pelo caminho, substituído pelo dupla Moro e Bolsonaro.

Mas o fato da semana e do ano é a ida de Lula para o Ministério, assumindo uma função política de reorganizar o governo e sua base de apoio. E deve ir mais além, pois a única saída para este governo é retomar o crescimento da economia e dar boas notícias para os 54 milhões de eleitores de Dilma que até podem estar, e com razão, decepcionados com o governo, mas ainda não saíram às ruas junto com os coxinhas.

São 54 milhões de pessoas que rejeitaram o neoliberalismo tucano em 2014  e que, por isso, rejeitam as medidas de 'ajuste' de Dilma, mas que estão aptas a se reapaixonarem por um projeto de governo e de país que aponte para o crescimento com inclusão, e quem mais do que Lula pode fazer isso?

Foi a jogada ousada que cobrei aqui deste pequeno blog. Rompe com a armadilha moral imposta pela mídia, de que estaria 'fugindo' de Moro. Coisa nenhuma, Lula está buscando se proteger das arbitrariedades e se colocando à disposição de ser investigado no fórum adequado, o STF (e já conta com uma declaração nesse sentido do Ministro Marco Aurélio), ao mesmo tempo em que colabora com a busca de um reequilíbrio político mais que necessário nesse momento econômico conturbado que atravessamos.

O golpismo que buscou nos últimos dias catapultar o golpe com o sequestro de Lula e com o espetáculo midiático para turbinar as 'manifestações', pode terminar a semana com Lula de volta ao Planalto e com o PSDB, seu mascote, sendo escorraçado das marchas que eles mesmos apostavam.

E para não dizer que não falei das flores, vou repetir aqui a posição do blog O Calçadão: a única forma de atingir o núcleo da corrupção no país é acabar de vez com o financiamento empresarial de campanhas, justamente o que toda a estrutura golpista é contra, de Eduardo Cunha, passando pelo PSDB até o ministro tucano Gilmar Mendes.

Há muita luta pela frente e dia 18 e 31 de março serão decisivos para a demonstração de força do campo anti-golpista. Momento da Frente Brasil Popular se consolidar como um polo de resistência e de apoio às mudanças econômicas que o país necessita.

Ricardo Jimenez                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                        

Um comentário:

Unknown disse...

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