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domingo, 23 de outubro de 2016

Com governo Temer chegando ao fim, golpe revela sua verdadeira face jurídico-midiático-tucana!

Somente a história poderá contar com riquezas de detalhes os verdadeiros meandros do golpe promovido contra a Presidente Dilma e seus 54 milhões de votos.

Uma coisa é certa, o golpe contou com a ajuda da traição de um vice e de seu grupo político formado de coronéis peemedebistas.

Mas o golpe não foi feito por Temer e nem para Temer.


Apesar de as lideranças fisiológicas do PMDB terem de fato sonhado com a possibilidade de usar o poder central para escaparem da Lava Jato e criarem condições de se perpetuarem no poder (tendo a volta do financiamento empresarial como prioridade), o fato é que eles só são instrumentos do golpe, e descartáveis.

O golpe tem uma face ainda mais tenebrosa. O golpe foi feito para restabelecer no país o neoliberalismo interrompido com a derrota tucana em 2002 e reconfirmado com as outras 3 derrotas seguidas (2006, 2010, 2014).

O golpe foi feito para garantir o retorno do PSDB ao governo central.

Hoje o PSDB comanda a Diplomacia (enfraquecendo o Mercosul e distanciando o país dos BRICS), comanda a Petrobrás (entregando a preço de banana as jazidas do pré sal), comanda a economia (buscando aprovar uma PEC que congela os orçamentos públicos por 20 anos, garantindo constitucionalmente os superávits primários que alimentam o financismo rentista) e comanda a educação (enfraquecendo a experiência do ENEM como instrumento nacional de acesso ao ensino superior e propondo uma reforma do ensino médio que recria uma escola exclusiva para pobres, cortando vagas nas Universidades Federais e Institutos Federais).

Se até 2012 a rota do PSDB era se tornar um partido pequeno, concentrado no Sudeste, hoje a sigla se recupera na esteira do golpe e da criminalização do PT e é a principal vencedora das eleições de 2016.

Nesse jogo, Eduardo Cunha foi o peão principal. Capaz de controlar uma manada de deputados eleitos com a sua ajuda, Cunha foi aliado do PSDB desde a primeira hora. Verdade que tentou barganhar com Dilma mas, diante da negativa, acabou aceitando um pedido de impeachment encomendado pelo PSDB a dois 'juristas' filiados ao PSDB.

Entre a queda de Dilma e a assunção total do PSDB houve a necessidade da 'pinguela' (usando uma expressão de FHC) Temer.

Pobre Temer, usado e humilhado. Ignorado na Rússia, humilhado no Japão. Temer vai perdendo até mesmo o apoio do setor econômico diante de uma crise que com ele vai se tornando ainda mais grave.

Portanto, o sistema se move e parte para descartar a 'pinguela' e assumir a verdadeira face do golpe e ela virá com uma eleição indireta em 2017, ou seja, um Presidente tucano eleito pelo Congresso.

E para descartar a 'pinguela' vão usar o mesmo instrumento que instituiu a 'pinguela', Eduardo Cunha.

Infelizmente, o golpe não é só PSDB, ele vai além.

Com o beneplácito inacreditável do STF, que se alia ao golpe, a Constituição de 1988 vai sendo sepultada e um Estado jurídico-policial vai se desenhando no cenário. Um Estado jurídico-policial seletivo e apoiado na mídia.

Garantias individuais vem sendo suprimidas pela operação Lava Jato (que hoje ataca empresários e petistas, mas amanhã...), o direito de greve vem sendo atacado com o apoio do STF, o direito de manifestação vem sendo reprimido com violência e o próprio Estado já atua como bedel, vide o exemplo do MEC exigindo que os Reitores dos Institutos Federais identifiquem e denunciem estudantes que fazem ocupações de escolas.

Nem mesmo as instituições de Estado estão salvaguardadas. A invasão do Senado pela PF nesta semana mostra até onde pode ir tudo isso.

(Nos governos estaduais, essa agenda privatista e repressora já acontece há anos nos governos tucanos, não é novidade).

O impedimento de Lula (com sua prisão e/ou condenação) de disputar a eleição de 2018 é também um objetivo crucial do golpe. Uma eleição em 2018 traria a legitimidade ao golpe, ao PSDB, que governaria com uma Constituição fantoche, moldada ao seu gosto e com a apoio da mídia e do braço jurídico-policialesco.

A verdade é que já não temos mais um Estado Democrático de Direito e não sabemos os reais desdobramentos disso. O fato é que esse imbróglio só será resolvido com um novo pacto constitucional. Mas quanta dor o Brasil terá que passar até lá ninguém sabe.

O Calçadão

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