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segunda-feira, 9 de junho de 2025

MST afirma que crise ambiental é consequência do modelo capitalista de produção

 

Bárbara Loureiro realizou fala para a Jornada Nacional em Defesa da Natureza

Durante a Jornada Nacional em Defesa da Natureza, Bárbara Loureiro, da Coordenação Nacional do MST, afirma que agronegócio e mineração estão entre os principais causadores da crise climática e aponta a reforma agrária popular como alternativa estruturante.
No último dia 3 de junho, Bárbara Loureiro, da Coordenação Nacional do MST, apresentou uma análise sobre a crise ambiental e seus impactos nos territórios rurais. A análise, publicada na página nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, ocorreu devido à  Jornada Nacional em Defesa da Natureza e dos seus Povos, atividade realizada entre os dias 31 de maio e 7 de junho em todo o país. Em sua fala, Loureiro relacionou o avanço da degradação ambiental à atuação do agronegócio e da mineração no Brasil.

Segundo Bárbara, os efeitos da crise já são perceptíveis no cotidiano da população. A dirigente citou como exemplos as secas prolongadas que comprometem a produção de alimentos, enchentes no Rio Grande do Sul, deslizamentos de terra em estados do Nordeste, queimadas provocadas por fazendeiros e o esvaziamento de rios como o Madeira, na Amazônia.

Para a dirigente, a explicação da crise não pode se basear em culpabilizações genéricas da humanidade.

O principal responsável pelos problemas que vivemos hoje no Brasil é o agronegócio e a mineração”

Bárbara mencionou dados do MapBiomas que indicam que 97% do desmatamento no país está relacionado a práticas do agronegócio. Além disso, destacou o uso intensivo de agrotóxicos, o comprometimento da biodiversidade do solo e o uso excessivo da água para monocultivos como fatores agravantes da crise. Também chamou atenção para as emissões de gases de efeito estufa.

“Só o agronegócio contribui com cerca de 75% das emissões desses gases.”

A dirigente do MST criticou ainda o "capitalismo verde", termo usado para definir estratégias de compensação ambiental que mantêm o modelo de produção inalterado. Como exemplo, citou os créditos de carbono, apontando que essas

práticas “não reduzem emissões, apenas autorizam a continuidade da poluição em troca de pagamentos.”

Loureiro apontou que essas políticas ambientais promovem a mercantilização de territórios preservados, como terras indígenas, quilombolas e assentamentos de reforma agrária, sob o argumento de conservação ambiental. Também criticou a preparação do estado do Pará para a COP 30, que ocorrerá em Belém em novembro.

“O governo do Pará tem construído árvores artificiais e realizado obras urbanas, mas sem resolver os problemas concretos enfrentados pela população.”

Em contraposição, a militante do MST apresentou quatro eixos defendidos pelo Movimento como base para a superação da crise ambiental:

1.  Democratização do acesso à terra, com reforma agrária e proteção dos territórios tradicionais;
2.  Soberania alimentar, garantindo o direito dos povos decidirem sobre o que produzir, como se alimentar e como distribuir os alimentos;
3.  Agroecologia, como alternativa à lógica de exploração dos recursos naturais;
4.  Defesa dos bens comuns, como água, sementes, biodiversidade e solo, entendidos como patrimônio coletivo.

Encerrando sua fala, Bárbara ainda reforçou a importância da mobilização popular e da construção de alternativas concretas nos territórios: plantio de árvores, viveiros, doação de mudas e vivências agroecológicas.

Veja a fala completa clicando aqui


 


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