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quinta-feira, 12 de junho de 2025

Reforma Administrativa Popular e o futuro do Brasil - por Ricardo Jimenez

 



por Ricardo Jimenez


O presidente Lula conseguiu, mais uma vez, impedir o avanço neoliberal sobre os mínimos constitucionais da saúde e da educação, bem como a desvalorização do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Após a reação do “mercado” e do Centrão contra o pacote do IOF, ficou claro que os pisos constitucionais e o BPC estavam na mira do chamado “pacote”.


Mas esta não foi a primeira tentativa, e certamente não será a última. Em vez de reduzir as renúncias fiscais — verdadeiras “bolsas empresários” — e taxar os mais ricos, que não pagam Imposto de Renda sobre lucros e dividendos, o “mercado” segue tentando avançar sobre o que resta das políticas sociais, como saúde, educação e o próprio BPC.


Lula tem conseguido evitar esse avanço, buscando ganhar tempo para fortalecer uma proposta de país que olhe para o crescimento econômico como fator central na redução da relação dívida/PIB — e não como justificativa para cortes sociais. Mas esse esforço não pode ser solitário. A sociedade precisa se apossar dessa pauta.


É por isso que, em 2026, será necessário um grande movimento público em defesa do SUS, da educação pública, dos instrumentos de distribuição de renda e das políticas de desenvolvimento nacional. Essa luta precisa estar refletida no programa de reeleição de Lula, fortalecendo um projeto popular.


Nesse sentido, não podemos cair na armadilha da “reforma administrativa” proposta pelo mercado. Essa proposta visa privatizar os serviços públicos e se apropriar do orçamento público, sob o falso pretexto de tornar o Estado mais “leve”. Na prática, trata-se de precarização. O Brasil precisa de mais serviço público, e não menos.


A verdadeira reforma administrativa de que o Brasil necessita deve cortar os grandes salários do serviço público, hoje concentrados no Judiciário e no Parlamento, e, ao mesmo tempo, fortalecer áreas essenciais como saúde, educação, segurança e inteligência — com concurso público e plano de carreira.


Essa é a reforma administrativa que serve ao povo, e não aos interesses do capital financeiro.

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