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sábado, 7 de julho de 2018

Papo no Calçadão com o pré-candidato a governador Luiz Marinho (PT)


Nesta sexta, 06/07/2018, o blog O Calçadão recebeu o pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PT Luiz Marinho.

Luiz Marinho tem uma longa trajetória na militância partidária e sindical, ex-Ministro do Trabalho e da Previdência do governo Lula e ex-Prefeito de São Bernardo por dois mandatos. Na conversa ele fala de quase tudo, da história pessoal, da vida política, da conjuntura nacional e da disputa em São Paulo.

Confira a entrevista e os pontos mais quentes destacados no texto abaixo:



Experiência administrativa (minuto 1:24)

Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC de 1996 a 2002 e Presidente da CUT de 2003 a 2005 de onde sai para assumir o Ministério do Trabalho, onde implanta, no governo Lula, a política de valorização do salário mínimo e de geração de empregos com carteira assinada. Em 2007 assume o Ministério da Previdência, onde conseguiu eliminar as filas nas agências do INSS. Entre 2009 e 2016 Marinho foi Prefeito da cidade de São Bernardo do Campo, com destaques na saúde, educação e na implantação do orçamento participativo.

"O povo brasileiro tomou uma decisão e quer Lula Presidente" (minuto 4:27)

Para Marinho, o golpe pode tentar o que for, mas Lula se manterá candidato porque a candidatura de Lula pertence ao povo brasileiro e a Constituição garante seu direito. E, assim, o golpe será derrotado em 7 de outubro deste ano, dia da eleição. Lula vive no sonho do povo porque "nós tiramos o Brasil do atoleiro em 2003 (...) e Lula resgatou (o país) para o povo brasileiro". Para Marinho, a vitória de Lula agora em 2018 é o instrumento objetivo para vencer o golpe, interromper a agenda neoliberal retomada pelo golpe e reimplantar um projeto de desenvolvimento nacional.

Vencer o projeto neoliberal em São Paulo (minuto 8:45)

Para Marinho, o Estado mais rico da Federação vem perdendo participação na economia ano a ano "por incompetência do governo tucano ou, talvez, de caso pensado". O PSDB governa a partir dos interesses privados e não a partir do interesse público. "É um governo que pensa a partir do mundo dos negócios, inclusive dos seus negócios", afirma. É preciso pensar o Estado de São Paulo a partir das pessoas e em harmonia com uma retomada do crescimento da economia nacional. (No minuto 30:17) "Se desejam mudança no Estado de São Paulo, não (vai ser) mantendo o tripé que hoje forma o consórcio (...) entre o 'João sem palavra', que é importante vocês (mídia alternativa) ajudarem a estadualizar a rejeição de Dória na capital, e a capital rejeita porque conhece, (...) e o outro que ajudou, que estimulou, que liderou, que financiou (..) a campanha do golpe contra Dilma, que financiou a campanha da reforma trabalhista, o homem do pato da Fiesp. E o outro, que está governando São Paulo, que é de um partido de esquerda mas que, convenhamos, está em parceria com os tucanos aqui há muito tempo. Ou seja, se quiser mudança, quem representa mudança, efetivamente, é a nossa candidatura".



É possível vencer Dória e Skaf, as duas candidaturas do projeto neoliberal em SP? (minuto 10:37)

Para Marinho, o caminho da vitória é a unidade da militância, dos movimentos sociais, dos partidos aliados e do campo progressista em torno do projeto de mudança em São Paulo. "Nós temos totais condições de construir a vitória durante a campanha. Já fizemos isso em várias eleições. Até porque, se olharmos os cenários, vemos uma eleição que está totalmente aberta", disse. 

Educação (minuto 11:59)

Na educação, na saúde e em outras áreas do serviço público, Marinho traz a sua experiência na Prefeitura de São Bernardo e o compromisso de colocar o orçamento estadual no sentido de valorizar o serviço e a carreira dos servidores. "(em São Bernardo) nós criamos um processo de valorização dos profissionais da educação, (uma forma de) manter os talentos e atrair talentos (para a educação). Fizemos um processo de restruturação (das carreiras) . Chegamos em uma jornada de 30 horas com salário inicial de 4 mil reais, enquanto o Estado paga 2,186 reais para 40 horas, o 18o da Federação. O meu compromisso é dobrar (ao longo do mandato) o salário de entrada dos professores", afirmou. Além disso, Marinho quer tornar a escola pública paulista em um lugar agradável e que atraia as famílias e a comunidade local para ajudar no processo educacional.

Saúde (minuto 17:00)

Trazendo a experiência de São Bernardo, Marinho quer investir no planejamento regionalizado no sentido de fortalecer o SUS em São Paulo, rompendo com a política tucana de nenhuma transparência e de desvalorização do SUS e de benefício das fundações privadas. "Vamos fazer o Projeto Pluri Anual participativo no primeiro ano do meu governo, levantar o diagnóstico de cada região do Estado e atuar em conjunto para superar as deficiências. Eu pretendo governar com planejamento, com participação e transparência. Assim, o governo vai ser o organizador do SUS no Estado, olhando cada região, interagindo com o governo federal e com os municípios para fortalecer a saúde. Foi assim que eu fiz em São Bernardo", disse.

Agricultura Familiar e Reforma Agrária (minuto 21:05)

Em meio ao retrocesso promovido pelo Congresso Nacional de legalizar o veneno na comida do brasileiro, Marinho debate a necessidade de fortalecer a agricultura familiar, a produção de alimentos orgânicos, como a produção agroflorestal feita nos assentamentos da reforma agrária do MST, e conectar essa produção, através da compra governamental, com a merenda escolar, a alimentação dos presídios, da rede de saúde e todo o conjunto dos equipamentos do Estado. "Na Prefeitura, (São Bernardo) foi a cidade que mais comprou produtos da agricultura familiar para a merenda escolar. E no governo do Estado nós podemos estimular (isso). Na verdade a merenda do Estado é com base em enlatados, produtos industrializados e nós precisamos romper com isso e dar uma alimentação de qualidade na merenda!, disse.

O Brasil não está à venda: "Temer, seu governo é fim de feira, (...) um governo que não tem credibilidade na sociedade brasileira, sem autoridade (para entregar o patrimônio nacional). Aliás, nem voto teve, por isso não tem responsabilidade para com o povo". (minuto 28:01)

Filmagem Paulo Honório, edição Filipe Peres

Blog O Calçadão




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