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domingo, 1 de julho de 2018

México à esquerda, Argentina em greve geral. E nós, vamos seguir golpeados?

O Brasil deve seguir o México e a Argentina.
O governo Macri foi eleito com grande apoio da mídia hegemônica e na defesa de um retorno neoliberal após os governos populares e trabalhistas dos Kirchner.

É o avanço do grande capital sobre os Estados nacionais e sobre a democracia, atrelando a economia aos interesses do 'mercado' e estrangulando a indústria nacional e o setor público.

A política neoliberal de Macri, com tarifaços de água e luz, com cortes em investimentos produtivos e sociais, com as restritivas reforma da previdência e trabalhista, a redução da massa salarial, o desemprego e a volta da Argentina ao FMI, fez o que o 'mercado' determinou e despertou, segundo pesquisas, em 90% da população, a percepção de que o país se encontra em grave crise econômica.

A pobreza, a fome e a inflação avançaram e 61% dos argentinos afirmam que o salário é insuficiente para chegar ao fim do mês.


Diante disso, a Argentina reage com luta contra o governo neoliberal de Macri, rejeitado por 65% da população, fazendo uma contundente greve geral que paralisou os transportes, o setor público e importantes segmentos do setor privado.

Já o México caminha para escolher seu primeiro Presidente de esquerda, Andrés Lopez Obrador, do partido Morena. É uma oportunidade de o povo mexicano eleger pela primeira vez um programa anti-neoliberal e romper com as determinações do 'mercado' vigentes no país desde 1982.

O neoliberalismo e a aventura do Nafta devastaram a indústria mexicana e elevaram a exploração da mão de obra a patamares asiáticos. O México se tornou um importador de alimentos tendo uma vasta área para produção agrícola e importador de gasolina mesmo tendo reservas de petróleo.

Diferente de 2006, quando Obrador não conseguiu unir todo a esquerda e o campo progressista e perdeu por uma diferença de 0,56% para o CEO da Coca Cola Felipe Calderón, dessa vez os setores populares e progressistas se uniram à liderança popular de Obrador por um projeto nacional-desenvolvimentista de caráter anti-neoliberal.

Os caminhos de Argentina e México devem ser seguidos pelo Brasil. Não podemos permanecer golpeados e submetidos por um sistema político e judiciário anti-popular, anti-nacional e anti-democrático.

O funil de 2018 está se fechando e a necessidade de uma unidade programática frentista anti-golpe e anti-neoliberal urge. 

O momento é de diálogo e de compromisso histórico com o país.

Blog O Calçadão


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