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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Janot vs Fachin e a dramática situação do Brasil, um país sequestrado!


As teias políticas estão tão complexas que cada vez mais as teorias da conspiração correm soltas. Enxergam-se conspiradores em todos os cantos. O ministro Fachin precisou de um voto (voto covarde e inacreditável) para deixar de ser um 'petralha' e passar a ser um 'coxinha'.

Agora, o personagem maior das teorias da conspiração é Janot. Ontem ele se posicionou contrário ao rito imposto por Cunha ( o que o coloca frontalmente em choque ao voto, covarde, de Fachin) e, logo depois, entrou com pedido no STF de afastamento do mesmo, sustentado por um relatório de 190 páginas que são pura lama. Muitos comemoraram o posicionamento de Janot, mas vários blogs enxergam ali um ato golpista, uma forma de afastar Cunha para fortalecer o impeachment.

Nós do blog O Calçadão não acreditamos em teorias da conspiração. Vamos analisar os fatos. E aí só há uma conclusão: é dramática a situação do Brasil. Paralisado há 1 ano e sem perspectiva de normalidade no horizonte.

O Brasil está sequestrado. Sequestrado por uma operação Lava-Jato que ao mesmo tempo que, corretamente, busca punir a corrupção, empreende uma investigação vergonhosamente seletiva e em parceria com o pior da mídia e dificulta os acordos de leniência que permitirão punir os empresários mas manter o funcionamento das empresas. E o desemprego cresce no setor que mais avançou nos últimos anos, o de petróleo.

O Brasil está sequestrado por uma aliança espúria entre PSDB e o Partido de Eduardo Cunha. O primeiro joga sua história na lama ao referendar um golpismo vil contra a democracia a partir do posicionamento pequeno, anti-democrático e irresponsável de Aécio Neves. Já o segundo escreve a página mais deplorável da política desde a redemocratização.

Nas 190 páginas do pedido de afastamento de Janot vemos como funcionou o sistema de financiamento empresarial a serviço de um gangster. Até agora se sabe de 90 milhões (40 milhões na Suíça e 50 milhões em Israel) conseguidos à base de propinas em contratos na Petrobrás e propinas para aprovar leis que beneficiaram setores financiadores de campanhas.

Com 90 milhões Cunha montou o seu partido que hoje soma 50 deputados fiéis. Em aliança com PSDB e DEM, esse conluio fez aprovar o maior e mais retrógrado conjunto de leis já visto, atrasando o Brasil em todos os sentidos e, uma vez Cunha pego no flagrante, esse conjunto de deputados financiados pelo dinheiro empresarial sujo passou atuar para salvar a pele do Chefe.

Vivemos então a mais espúria manipulação do terceiro cargo da República para proteger um bandido e seus pares e a maior vergonha nacional ao se verificar o oportunismo da oposição em também usar esse esquema para dar andamento ao seu golpe contra 54 milhões de votos.

A votação do STF termina hoje (ou pelo menos deve terminar). Não sei o resultado. Eu acreditava que o STF colocaria a legalidade, mas o voto de Fachin foi um banho de água fria.

A luta parece que ainda vai ser longa e as novidades da Lava-Jato contra o PMDB são imprevisíveis. Como imprevisíveis são os futuros passos do vice-Presidente missivista que, no bolso de Cunha (como afirma Ciro Gomes) e nos planos da oposição, busca se cacifar para assumir a Presidência e aplicar, à revelia do voto, o mais profundo neoliberalismo contido no seu 'documento' chamado 'ponte para o futuro'.

Para Dilma só há uma saída, dar uma guinada na sua condução enquanto Presidente e trazer as ruas consigo ( o que coloca as bandeiras da Frente Brasil Popular na ordem do dia!) e buscar de todas as maneiras legais garantir 1/3 da Câmara votando contra o impeachment.

O Brasil sequestrado segue seu drama.

Ricardo Jimenez

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