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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

"Meta é meta, bolsa família é bolsa família". Se Levy for, já vai tarde!


Desde a confirmação da vitória de Dilma algumas histórias estão para serem contadas.

Uma delas é a passagem do burocrata Joaquim Levy pelo governo.

Dilma passou a campanha toda denunciando o acordo de Marina com o Itaú e a escolha de Armínio Fraga por Aécio. Ao vencer, vai procurar no Bradesco seu Ministro da Fazenda e recebe de presente o sub do Trabuco.

Imediatamente Levy foi transformado pela Globo no 'super ministro' de Dilma. Nunca foi, sempre teve dentro do governo a oposição justa e devida, mas na mídia era Levy que dava as cartas.

E por que Dilma fez essa inflexão?

O que se pode apurar é que Dilma sabedora das dificuldades vindouras, quis dar um recado ao tal 'mercado'. Ao invés de prosseguir no rumo traçado pelo debate eleitoral, onde com justeza se politizou o debate em torno da questão do superávit e das desonerações para proteger o emprego diante da crise, Dilma resolveu se precaver dos rebaixamentos de nota das agências de risco e flexionou à ortodoxia.

Resultado?

O pais teve a nota rebaixada, a recessão pegou firme, o desemprego aumentou, o eleitorado de Dilma se afastou e a mídia, a mesma que cultuou Levy, liderou a marcha do golpismo junto com a tucanada e a turma do Cunha.

A decisão de Dilma teve reflexos fortes no PT. O Instituto Perseu Abramo, os sindicalistas e o próprio diretório nacional do partido se posicionaram contra Levy. A Frente Brasil Popular, que ontem colocou mais 200 mil pessoas em todo o país nas ruas contra o golpe, tem em suas pautas o correto 'Muda Dilma'.

E parece que o debate em torno do corte ou não corte no Programa Bolsa Família vai trazer o desfecho dessa batalha. A redução da expectativa de superávit de 0,7% para 0,5%, a contra-gosto de Levy, para evitar o corte no programa pode ter sido decisiva.

A frase dita por Levy, acima no título do artigo, separa o joio do trigo. para o burocrata, a 'meta' é mais importante que o Bolsa Família. Levy é o ministro da Fazenda do Aécio, do vice missivista e da sua 'ponte para o futuro', nunca de um governo eleito por 54 milhões de brasileiros que claramente rejeitaram quatro vezes o neoliberalismo.

Precisamos de um Ministro da Fazenda capaz de enxergar o Brasil além dos interesses rentistas e encontre caminhos de desenvolvimento corajosos.

Sinceramente, o que Dilma tem a perder se resolver retornar aos braços de quem a elegeu? Ter mais rebaixamento de notas? Ora, a nota vai cair de qualquer jeito.

Se Levy sair, já vai tarde. Se Dilma mudar, que seja bem-vinda. O Brasil tem tamanho e forças políticas suficientes para voltar a tocar um projeto progressista e 200 milhões de pessoas de um país continental precisam disso.

Ricardo Jimenez


Um comentário:

Edo de Natal disse...

A impressão que temos é que a Dilma tentou tirar um coelho do chapéu. Nomeou Levy, contra toda lógica, para tentar puxar o tapete sob os pés de uma oposição golpista que queria seu impeachment. O resultado foi duplamente desastroso, para a Dilma e para o Brasil. A oposição não somente não se calou, mas sentindo o odor do medo da Presidenta, redobrou os seus ataques. E as conquistas sociais obtidas desde 2003 começaram a ser corroídas pela política neoliberal do Levy.

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