Não há, tanto que um cidadão ou uma empresa estrangeira,
numa definição simplificada, pode comprar até 10% do território de cada
município. Nas áreas remotas do interior, onde os municípios são imensos, 10%
da área significa que podem ter propriedade de milhões – é isso mesmo, milhões
– de quilômetros quadrados.
Aumentar isso – ou pior, eliminar qualquer limite, como
sugere Maggi, significa permitir a
criação verdadeiros enclaves estrangeiros em território nacional.
E ninguém pense que será para plantar inocentes pés de soja
ou cana de açúcar que vão avançar sobre a terra – terra física, mesmo – do
país. Qualquer criança sabe que o sensoriamento remoto, por satélite, há muito
permite a identificação, sem cavar uma pá de terra, de jazidas minerais de
grande porte.
Temos dezenas de municípios muito maiores que países inteiros
da Europa, como a Bélgica.
E é bom também não achar que os gringos vão chegar para
ajudar as áreas miseráveis do Nordeste a desenvolver a produção agropecuária.
O que querem – e em boa parte já têm, como você vê no
gráfico ao lado, que não inclui, claro, os imigrantes que vieram para cá para
trabalhar, mas só os “investidores” – são as áreas mais produtivas do Sudeste, Sul e Centro Oeste, aquelas onde
o nosso “agronegócio” não tem um pingo de dificuldade em competir no mercado
mundial.
Mas que, no fundo, como acontece com a elite empresarial
brasileira, pensa sempre em “transformar em dinheiro”, por a os juros obscenos
do país e ficar deitando falação de que o povo brasileiro, sem terra e apoio
para plantar ou fixar seus filhos á terra, não gosta de trabalhar.
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