Em 2016, a receita da cidade foi de R$ 2,86
bilhões. O trabalho de cada um dos 8,5 mil servidores produziu uma riqueza de
R$ 336 mil reais. Após um longo ano de trabalho em condições precárias, dando o
máximo de si para bem servir a população, os servidores recebem um calote no
salário de dezembro. E só conseguiram receber o 13º, porque se mobilizaram com
garra e disposição de luta.
O Prefeito Nogueira promete pagar o salário de
dezembro até 11 de janeiro – o que pode agravar a situação dos servidores, pois,
se não há caixa para pagar um salário, haverá condições de pagar em janeiro
dois salários: o atrasado de dezembro e o de janeiro que vence dia 31?
Servidores não podem trabalhar sem salário e
com direitos descumpridos. É possível reverter essa situação, para tanto, a
categoria precisa lutar unida, enfrentando as costumeiras manobras da diretoria
pelega do sindicato, sem dar tréguas para o governo - que já declarou guerra aos servidores e aos
serviços públicos com as 30 medidas neoliberais. É necessário intensificar as
manifestações e paralisar os serviços pelo salário e contra o pacotaço.
O pacotaço do Nogueira, PSDB, ataca servidores
e os serviços públicos.
Nogueira sustenta um discurso apolítico, com
isso nomeou secretários com renome acadêmico. O objetivo do governo é dar
aparência técnica às suas ações, como se elas fossem inevitáveis e estivessem
acima de qualquer interesse político. Nada mais falso. O PSDB, Nogueira e seu
secretariado têm um lado, o dos patrões – empresários, banqueiros e agronegócio.
E têm um programa político, o neoliberalismo. Enquanto deputado, Nogueira votou
a favor da PEC 55, para congelar os salários servidores e os investimentos em
serviços públicos por 20 anos.
Para responder a crise e a necessidade de o
setor privado retomar suas taxas de lucro, Nogueira e sua equipe de gênios
fazem apenas requentar uma velha receita: atacar os trabalhadores e os serviços
públicos – cujo resultado será o agravamento da crise economica e social. Mal
assumiu o executivo, o governo noticiou uma série de medidas e decretos que em
sua maioria atacam os servidores municipais, os serviços públicos e a população
mais pobre.
Neste mês, o salário do prefeito, do
secretariado e dos vereadores foram reajustados em 30%. Mesmo assim,
Nogueiralançou um pacotaço que inclui: reajuste zero aos servidores, redução
salarial, revisão e corte de gratificações, sobretaxação de aposentadorias,
suspensão do PCCs, proibição de contratação de concursados, suspensão do
pagamento dos 28%, suspensão do pagamento em dinheiro da terça parte das férias
e da licença-prêmio, redução de 50% nas verbas de custeio, aumento de 14% no
desconto do IPM, entre outros. O pacotaço do Nogueira não exclui a
possibilidade de privatizações, pelo contrário, prepara o terreno para elas.
Sabemos que os pelegos do sindicato podem se
aliar ao governo para desmobilizar os servidores. Contra isso, podemos seguir o
exemplo dos servidores do Rio de Janeiro e de Minas Gerais que construíram
greves com autonomia da burocracia sindical.
Derrotar o pacotaço e arrancar o salário com
recebimento em dia é possível. Precisamos construir uma forte GREVE GERAL dos
servidores, com unidade e independência.
Caio Cristiano, servidor municipal.
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