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sábado, 6 de abril de 2019

Ribeirão Preto: resumo da semana (06/04/2019)


O resumo semanal comentado é uma produção do blog O Calçadão.

1. Greve dos Servidores: em assembleia realizada esta semana, os servidores municipais de Ribeirão Preto votaram pela greve a partir do próximo dia 10 de abril, quarta-feira. Nos últimos meses o Sindicato dos Servidores tentou abrir diálogo com a Prefeitura no sentido da política de reposição salarial. A resposta da Prefeitura foi de reajuste zero. Os servidores têm enfrentado dificuldades em dialogar com Nogueira e esta será a terceira greve desde janeiro de 2017. A Prefeitura está convidando para uma entrevista coletiva no Palácio Rio Branco para expôr sua atual situação financeira, mas será difícil convencer que não há condições de repor nem a inflação ao salário do trabalhador.

2. Conferência Municipal da Saúde: após uma série de pré-conferências em diversas regiões da cidade, os delegados participam da etapa municipal neste fim de semana. O debate se dá em torno da necessidade do SUS como um sistema integrado e universal de saúde pública. O SUS tem sido atacado nos últimos anos através do corte de investimentos e da ameaça de privatização da saúde. No Brasil, cerca de 140 milhões de pessoas dependem do SUS para o atendimento de urgência e emergência e para o atendimento básico e hospitalar, além das vacinações e ações de saúde preventiva.

3. A inflação no bolso do povo: em mais uma semana de alta nos preços, o trabalhador e a trabalhadora sentiram no bolso a alta em alimentos, combustíveis e, agora, na conta de luz, que terá um aumento de 8%. Enquanto isso, as pesquisas do 'mercado' apontam um crescimento de apenas 1% no PIB e um desemprego que já afeta 13 milhões de pessoas. O Brasil afundou na crise econômica a partir de 2015 e se afundou mais a partir da crise política de 2016, que resultou nos governos Temer e Bolsonaro.


4. Caso de Polícia: o governo do Estado autorizou o Prefeito Nogueira a divulgar que, a partir de agosto, a cidade e a região passarão a contar com o Centro de Operações da Polícia Militar, que vai centralizar os números 190,192 e 193. Em abril, o governo do Estado promete anunciar um novo batalhão da PM e um novo departamento de investigações da Polícia Civil. Ribeirão Preto e região necessitam de um reforço em segurança pública, principalmente na Polícia Civil, para que a ação policial possa proteger todos os cidadãos, com respeito à lei e ao direito das pessoas, e combater o crime organizado.

5. Crise na educação: a escola CAIC Antônio Palocci, no José Sampaio, zona oeste de Ribeirão preto, passa por uma crise que, na verdade, é do conjunto da educação pública da cidade. A falta de infraestrutura tem colocado medo em mães e alunos. A Promotoria solicitou a interdição da escola e esta semana este blog recebeu denúncias de mães de alunos preocupadas com a fiação dos aparelhos de ar condicionado. Segundo elas, a atual diretora disse em reunião que não poderia resolver uma situação que já vem de algum tempo. Segundo levantamentos, cerca de 98 escolas do município carecem de licença dos bombeiros e a falta de infraestrutura material e recursos humanos é uma reclamação recorrente.

6. Câmara de Vereadores e o caos urbano: essa semana a Câmara de Vereadores realizou seminário sobre o transporte coletivo. A intensão é reunir propostas que serão levadas ao Executivo para balizar a renovação do contrato com a concessionária Pró-Urbano que ocorrerá neste semestre. O transporte coletivo em Ribeirão Preto é caro e ruim, atendendo apenas 22% da população, e está desorganizado desde 1999, quando terminais e os trólebus foram extintos na administração do falecido ex-Prefeito Luiz Roberto Jábali (PSDB). O consórcio Pró-Urbano deve 7 milhões de reais aos cofres municipais.

7. DAERP 50 anos: a autarquia criada em 1969 atende 200 mil domicílios de Ribeirão Preto e conta com um corpo de servidores da melhor qualidade humana e técnica. O problema do Daerp sempre foi com a política. Uma sequência de Prefeitos que deixaram de investir na autarquia que sempre tem a sombra da ameaça de privatização. Ribeirão Preto precisa, com urgência, realizar um grande seminário sobre a água e sua utilização. O Aquífero Guarani, que abastece a cidade, precisa ter sua utilização e proteção feitas sob a ótica do atendimento populacional e não sob a ótica do 'mercado'.

8. Ribeirão Preto 4,4% mais rica: a LDO 2020, projetada pela Prefeitura, prevê uma arrecadação de 3,39 bilhões de reais, 4,4% maior que 2019. A questão é: o que fazer com este montante? A situação financeira da Prefeitura é complicada, assim como a gigantesca maioria das cidades. Mas é preciso haver um esforço de entendimento dessa situação. Quanto se compromete com folha de pagamento? Quanto se compromete em despesas de capital (dívidas)? Como está a questão das empresas e entidades que devem para o município? Essas e outras questões poderiam ser tratadas com profundidade pela Câmara de Vereadores e as informações levadas para a população.

9. Enfim, duas UPAS: são prometidas para novembro a tão esperada abertura das UPAS Sumarezinho (zona oeste) e Quintino (zona norte). As duas regiões são bastante populosas e carentes de infraestrutura e serviços públicos. A abertura das UPAS representará um desafogo no atendimento de urgência e emergência. Ribeirão Preto contará com três UPAS, somando a já existente UPA da Treze de Maio (zona leste). O problema é que o atendimento nas UPAS é terceirizado e a conexão do pronto atendimento com os hospitais que fazem o atendimento do SUS é precário. Muitas vezes não há possibilidade de exames de imagem e de encaminhamento para internação. O fortalecimento do SUS é fundamental para o bom funcionamento total do atendimento à saúde.

10. Questão da moradia: essa semana a Comunidade do Bem, localizada no Adelino Simioni, foi ameaçada de reintegração de posse. A questão faz parte do grave quadro da moradia em Ribeirão Preto. São cerca de 50 mil pessoas sem teto morando em ocupações e favelas sem expectativa de programas sociais. Em contrapartida, quase uma centena de reintegrações de posse estão autorizadas. Querem colocar uma cidade de Cravinhos na rua da amargura. O resultado é a mobilização e a luta social.  Os movimentos de moradia mais uma vez se mobilizaram, fizeram uma ocupação relâmpago na Cohab e, assim como fez a Vila União, a Comunidade do Bem acampou em frente à Prefeitura e conseguiu, por hora, adiar a reintegração.

Equipe Blog O Calçadão

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