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terça-feira, 15 de junho de 2021

Ex-Secretário da Saúde do Estado do Amazonas desmente ex-ministro da Saúde Pazuello sobre crise no Amazonas

 

Marcellus Campêlo, ex-Secretário da Saúde do Governo do Amazonas em depoimento da CPI da Pandemia.
Foto: Agência Senado

Nesta terça-feira (15) a CPI da Pandemia ouviu o ex-secretário de Saúde do estado do Amazonas Marcellus Campelo. Campelo deu explicações sobre a crise do oxigênio em Manaus, ocorrida em janeiro deste ano e sobre a hipótese de que a capital do Amazonas tenha sido usada como laboratório para a tese da imunidade de rebanho. O ex-secretário do governo de Wilson Lima (PSC) também falou sobre pontos relacionados à suspeita de superfaturamento na compra de respiradores e na instalação de hospitais de campanha.

Logo em suas falas iniciais, Marcellus Campêlo disse que a secretária do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro defendeu em Manaus o "tratamento precoce", apresentou o sistema TrateCov e tratou da atenção primária quando o Estado do Amazonas registrava colapso na saúde.

Entretanto, sobre as nebulizações de hidroxicloroquina feitas pela médica Michelle Chechter em uma maternidade de Manaus, Marcellus Campêlo disse que a Secretaria de Saúde não avalizou o tratamento e que foi aberta sindicância.

O ex-Secretário da Saúde afirmou que no dia 7 de janeiro a White Martins garantiu ao estado que a partir do dia 9 chegaria o primeiro carregamento de oxigênio medicinal de Belém, e que a cada dois dias haveria novas remessas.

O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), questionou se houve sugestão do governo federal ao Amazonas para adotar a tese da imunidade de rebanho e Marcellus disse não ter saber de algo nesse sentido.

Campêlo desmente Pazuelo

Campêlo disse que informou sobre o desabastecimento de oxigênio em Manaus no dia 7 de janeiro, três dias antes do alegado pelo então ministro general em janeiro de 2021. Campêlo afirmou que enviou o ofício às 23h45 do dia 7 ao então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, informando o colapso e pedindo apoio. 


Críticas a Marcellus Campêlo

Durante uma fala do ex-Secretário, o Senador Eduardo Braga (MDB-AM) o interrompeu e criticou a contratação de hospital de campanha privado quando havia três andares de hospital público sem operação:

"Parece uma narrativa que não foi o vivenciado em Manaus".

Outra crítica realizada pelo senador mdbista foi a de que a White Martins ofereceu 250 mil metros cúbicos/mês de oxigênio, mas chegou a quase 600 mil em dezembro. Para ele, o governo teve tempo para poder agir; não o fez diante das crescentes mortes.

Da base governista, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) lembrou que o estado tinha R$ 553 milhões na conta do governo em março de 2021. Para ele, isso demonstra que não faltou dinheiro ao estado para tomar providências necessárias na crise sanitária.

Campêlo mentiu sobre o desabastecimento de oxigênio em Manaus

Campêlo disse que o desabastecimento de oxigênio em Manaus durou apenas dois dias, mas Omar Aziz (PSD-AM) e Eduardo Braga (MDB-AM) contestaram. Braga afirmou que o ex-secretário mentiu e mostrou vídeo com reportagens.

Após Campêlo insistir que só faltou oxigênio nos dias 14 e 15 de janeiro em Manaus, Eliziane Gama (Cidadania-MA) disparou: "Temos as imagens, não subestime a CPI, é revoltante". 

Eliziane Gama (Cidadania - MA)
Foto: Agência Senado

Campêlo afirmou a Humberto Costa (PT)  que o oxigênio venezuelano levou dois dias para chegar a Manaus por via rodoviária. Eduardo Braga contradisse Campêlo: a oferta era do dia 14 de janeiro, mas a entrega só ocorreu dia 20.

Campêlo também falou sobre a investigação da Polícia Federal sobre o possível superfaturamento na compra de respiradores no Estado do Amazonas durante a pandemia. De acordo com a PF, um esquema de corrupção envolvendo integrantes da alta cúpula do governo e empresários comprou 28 respiradores da loja de vinhos FJAP, sem licitação, por R$ 3 milhões.

Sobre a Operação Sangria, Campêlo disse que a compra de respiradores na loja de vinhos foi feita em abril de 2020, antes da sua chegada à secretaria, em 8 de maio. Ele indicou como responsável o ex-secretário Rodrigo Tobias.

Marcellus também explicou a sua prisão. Campêlo informou que responde a acusações de contratações fraudulentas do Hospital Nilton Lins. Ele disse que o ato foi feito por requisição administrativa e que a unidade era apta para realizar os serviços.

Críticas ao Governo Federal

O senador Otto Alencar (PSD-BA) criticou a nomeação de um general (Pazuello) para o Ministério da Saúde e de um engenheiro (Campêlo) para comandar a saúde do AM: "Duas pessoas sem competência em saúde para trabalhar com uma doença nova". 

Senador Otto Alencar (PSD)

Já para Marcos Rogério (DEM-RO) não houve previsão do governo do Amazonas sobre falta de oxigênio, que "escolheu expor a população do estado à morte”.

 Fonte: Agência Senado

 

 

 

 


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