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quarta-feira, 16 de junho de 2021

UMA HIPÓTESE PARA A CEE DA CÂMARA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO


Por: Leonardo Sacramento

Não há vacinas porque o prefeito cedeu para os Planos de Saúde e a ACI na fase inicial. Quando da vacinação dos trabalhadores da saúde, vacinou todos independentemente do trabalho efetivo na área. Vacinou estudantes, esteticistas, veterinários etc. Vacinou o proprietário comercial e os trabalhadores com base em uma interpretação que favoreceu o atendimento em consultório e os comércios de serviços não essenciais, como clínicas de estética, veterinária e psicologia. Não esqueçamos as academias e o crossfit.
Para piorar, não foram cobrados comprovantes laborais. Nada! Logo, a formação era o suficiente. Um fisioterapeuta trabalhando como desing de interiores ou vendedor podia vacinar. Se estudava na área médica, sabe-se lá por que, podia. Lógico, como é uma área que concentra ricos e brancos, criou-se uma disparidade maior do que a média brasileira de vacinação entre as classes e raças. Negros e pobres já se vacinam menos em virtude da menor média de vida e dos grupos escolhidos, como a área médica. Mas deixaram de trabalhar? Lógico que não. A UPA e o Posto Central estão aí.
Ribeirão Preto é uma cidade de serviços com uma das maiores concentrações de trabalhadores da saúde do país. Abrir para todos, inclusive para aqueles que não exercem a profissão ou que não trabalhavam em atividades de risco, produziu um buraco vacinal. Ribeirão ficou com um buraco de vacinas! Basta comparar os calendários e a imunização da cidade com os outros municípios do estado e da região. Prova disso é que a cidade não consegue completar os grupos prioritários. Sempre está correndo atrás, como se estivesse usando vacinas de um grupo para tapar o buraco de outro.
Outro dado foi que a cidade foi a única que registrou filas quilométricas para trabalhadores da saúde, com brigas e uma pessoa que infelizmente faleceu na fila. Aquela fila evidencia que o critério foi econômico, alargar ao máximo a classificação conceitual para abarcar a maior quantidade possivel de comércios. Quem conhece a ACI, sabe que, depois de bares e restaurantes, academia e serviços de saúde possuem grande inserção na entidade que defende cloroquina. Além do mais, o lucro dos planos de saúde decorre basicamente do baixo custo da consulta e da diminuição ao máximo dos custos em atendimento de alta complexidade. Basta relacionar o vínculo dos hospitais privados da cidade que receitam cloroquina (baixo custo) com a TV Clube, a grande defensora do antiprotozoário, e a rede de financiamento e apoio eleitoral do prefeito em 2020.
A questão é: quantos idosos, pobres e negros morreram para que Nogueira atendesse os interesses dos financiadores de campanha?
Quem acha que o fascismo está somente no Bolsonaro se engana!
A Câmara Municipal vai abrir uma CEE da COVID e da Vacinação. Espero que se transforme em uma CPI, porque elementos existirão. O prefeito vetou projeto para tornar pública a lista de vacinação. O que esconde?
O que esperar de uma cara que vai para um resort cinco estrelas no período de lockdown fake que ele mesmo decretou?

Um comentário:

Unknown disse...

Ótima reportagem, porém para maior clareza para o público geral e não familiarizado seria interessante a definição das siglas em suas primeiras menções.

Parabéns pela corbetura da pândemia na cidade!

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