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segunda-feira, 2 de novembro de 2020

No Dia de Finados, MST atende chamado da CNBB e realiza ato em Ribeirão Preto para lembrar os mortos e plantar esperança

 

MST e CNBB lembraram os mortos e plantaram esperança neste Dia de Finados. 

Fotos: Filipe Augusto Peres


Atividade fez parte da campanha do MST “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis” e do chamado da CNBB “Cuidar da Saudade e da Casa Comum"

Nesta segunda-feira (2), na sede do Assentamento Mário Lago, em Ribeirão Preto, o MST, junto às Pastorais da Arquidiocese de Ribeirão Preto, atendendo o chamado da CNBB “Cuidar da Saudade e da Casa Comum” e dando sequência a campanha nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis”, plantou cerca de 40 mudas para lembrar familiares, pessoas queridas, vítimas da covid-19, mártires e povos que estão sendo dizimados pelo descaso de governos neoliberais. O ato também serviu para denunciar a destruição da natureza pelo governo Bolsonaro. Antes do ato, os presentes foram recepcionados por um excelente café da manhã a base de produtos plantados e produzidos dentro do próprio assentamento.

O ato contou com a participação de dirigentes regionais, estaduais e nacionais do MST, além de contar com a presença de Aparecida de Fátima (Cidinha), da Pastorais Sociais da Arquidiocese de Ribeirão Preto. 

"Hoje houve um chamamento por parte da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para que pudéssemos, neste dia de finados, plantar vidas, para que pudéssemos marcar este dia de finados plantando uma esperança. E as mudas de árvores, o plantio são um símbolo muito forte de esperança e por isto, hoje, estamos fazendo o plantio destas mudas", afirmou Kelli Mafort, da Direção Nacional do MST. 

Kelli Mafort, da Direção Nacional do MST lembrou o assassinato covarde de Ênnio Pascoallin, dirigente do MST, no Paraná.

Kelli ainda lembrou que o local onde as mudas estão sendo plantadas foi fruto de uma ocupação, de uma luta pela terra, o Centro de Formação Dom Hélder Câmara, localizado dentro do assentamento Mário Lago. 

,Aparecida de Fátima (Cidinha), da Pastorais Sociais da Arquidiocese de Ribeirão Preto, leu um trecho da Carta Encíclica Fratelli Tutti, do Papa Francisco sobre a fraternidade e a amizade social.

“Escrevia São Francisco de Assis, dirigindo-se a seus irmãos e irmãs para lhes propor uma forma de vida com sabor a Evangelho. Destes conselhos, quero destacar o convite a um amor que ultrapassa as barreiras da geografia e do espaço; nele declara feliz quem ama o outro, «o seu irmão, tanto quando está longe, como quando está junto de si». Com poucas e simples palavras, explicou o essencial duma fraternidade aberta, que permite reconhecer, valorizar e amar todas as pessoas independentemente da sua proximidade física, do ponto da terra onde cada uma nasceu ou habita.”

Cidinha, da Pastorais Sociais da Arquidiocese de Ribeirão Preto lembrou que em novembro serão abordados o três Ts: Teto, Terra e Trabalho.

Em seguida, Cidinha destacou que a proposta do Papa Francisco para este ano e o ano que vem é que se debata em todo mundo os três Ts: Terra, Teto e Trabalho. E que este tema será discutido durante todo o mês de novembro na Arquidiocese de Ribeirão Preto nos dias 17, 18 e 19 de novembro, divididos nos três Ts, sendo no dia 17 a Fratelli Tuti, no dia 18 o Trabalho e no dia 19, com a participação de Kelli Mafort, da Direção Nacional do MST, o Teto e a Terra. 

Em seguida, antes de começar o plantio, com muita emoção entre os presentes, uma muda de árvore rodou pelas mãos de cada um dos presentes que, ao segurá-la, expressou e plantou a memória de uma pessoa querida, um familiar, um mártire, um povo. 

As mudas plantram a esperança e a memória.

Entre tantos nomes queridos e lembrados, o nome do militante Ênio Pascoallin, dirigente do MST assassinado no último dia 25 de outubro foi lembrado na roda que se formou para a passagem da planta. Na ocasião, Ennio teve a sua casa invadida e foi arrancado diante de sua família, no assentamento Irênio Alves, no Paraná, para ser brutalmente assassinado. Os nomes de Luis Ferreira da Costa, assassinado em 2019, em Valinhos, no acampamento Marielle Vive e de Paulo Botelho, um dos pioneiros no MST em Ribeirão Preto, também foram lembrados.

Coordenados por José Ferreira de Sousa, o Paraguai, os presentes plantaram mais de 40  mudas no local, criando uma horta agroflorestal, plantando esperança e eternizando a memória daqueles que partiram antes de nós.

Mais de 40 mudas foram plantadas no sistema agroflorestal.


Mais fotos:

Café da manhã com produtos da Reforma Agrária.

Fratelli Tutti, Todos Juntos.


Memórias foram plantadas, eternizadas.

Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis. Mais de 100 milhões de mudas serão plantadas em 10 anos pelo MST.













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