Desmatamento é um dos fatores que preocupam os pesquisadores.
Aumento nas vulnerabilidades sociais e ecológicas, além do cenário político e econômico são os fatores determinantes para os pesquisadores
Estudo liderado por pesquisadoras do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e publicado na revista científica Science Advances no último dia 29 de junho acendeu o alerta para a propensão da megadiversidade brasileira atuar como incubadora de possível pandemia provocada por zoonoses (doenças infecciosas de circulação animal que podem ser transmitidas para os seres humanos). Segundo os pesquisadores, os crecentes aumentos nas vulnerabilidades sociais e ecológicas do país, associados aos cenários políticos e econômicos colocam o país como possível incubadora de possível pandemia.
Primeira autora do artigo, Gisele Winck, a pesquisadora do Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres Reservatórios do IOC. disse que se pode observar mais amplamente os processos que moldam o surgimento de zoonoses no país a partir de um modelo de avaliação que identifica as diferentes interações entre os elementos pesquisados.
Gisele explicou que são três os principais
componentes de risco os quais estão em foco na avaliação: vulnerabilidade,
exposição e capacidade de enfrentamento. Dentro dos grupos principais, são
observadas variáveis mais específicas como a quantidade de espécies de
mamíferos silvestres, perda de vegetação natural, mudanças nos padrões de uso
da terra, bem-estar social, conectividade geográfica de cidades e aspectos
econômicos.
Os resultados revelaram o desmatamento e a caça de
animais silvestres como fatores de grande relevância para o aparecimento de
novas e antigas infecções. O estudo ainda mostra que todo o território
brasileiro está suscetível a emergências ocasionadas por zoonoses, com uma
maior probabilidade em áreas sob influência da Floresta Amazônica.
“A Floresta Amazônica é uma
região com alta diversidade de mamíferos selvagens e que vem sofrendo grande
perda da cobertura florestal. Muitas espécies estão ficando sem habitat devido
ao desmatamento, gerando desequilíbrio na dinâmica local”, explica Cecília
Siliansky de Andreazzi, última autora do artigo e, também, pesquisadora do
Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres Reservatórios.
Participam do trabalho especialistas e pesquisadores da Vice-Presidência de
Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, do Laboratório de Virologia Comparada
e Ambiental do IOC, Fiocruz Ceará, Universidade Federal da Paraíba (UFPB),
Universidade Estadual do Ceará (UECE), Faculdade Maurício de Nassau, União
Internacional para a Conservação da Natureza, Universidade de Aveiro e
Universidade de Coimbra.
Um comentário:
Não vai ser fácil reverter essa situação, a primeira ação é tirar esse governo nefasto.
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