terça-feira, 3 de novembro de 2015
Requião bota o dedo na ferida: Documento de Michel Temer tem o DNA tucano!
Eu acredito na política!
Sim, acredito na política franca, aberta, com posicionamento e opiniões claras.
Dessa forma, não posso deixar de admirar o Senador Roberto Requião.
Hoje a tarde, enquanto o Senador Romero Jucá, do PMDB de Roraima, lia da tribuna o tal "documento do PMDB" elaborado pelo grupo do vice-Presidente Michel Temer, Requião pediu um aparte.
Valeu cada segundo.
"Quem redigiu este documento? Quem deu assessoria para que o senhor Michel Temer produzisse isso?", questionou Requião, do PMDB do Paraná.
"Esse documento não é do meu PMDB. Jamais! Isso é tão à direita que nem mesmo Fernando Henrique no seu auge neoliberal teria coragem de propô-lo", disparou.
"Isso, se levado a cabo, representa a entrega do Brasil ao capital internacional. É o fim", e completou, "nem mesmo a FEBRABAN chegaria a tanto".
O tal documento é, na verdade, parte de um arranjo político já discutido há algum tempo nos círculos tucanos, principalmente o paulista, do qual Temer é bem próximo.
A crise política, induzida pela não aceitação do resultado eleitoral por parte de Aécio e pelo imbróglio Eduardo Cunha, criado com o apoio do PSDB, nada mais é do que uma cortina de fumaça para preparar o avanço neoliberal.
Se não venceram pelo voto, vão impor sua agenda pela força, e para isso contam claramente com o apoio do presidente do PMDB, que, talvez, sonhe em assumir a Presidência no lugar da Dilma.
Vejam os pontos do tal documento: reforma da Previdência, sempre ela, com aumento da idade para aposentadoria; desvinculação da política do salário mínimo dos rendimentos da Previdência (ou seja, os aumentos não serão dados aos aposentados); desvinculação dos chamados mínimos constitucionais da Saúde (12% e 15%) e da educação (18% e 25%); revisão da partilha do pré-sal; retomar as privatizações; rever a lei de responsabilidade fiscal.
Ora, vejam que em dois quesitos PMDB e PSDB jogam juntos: abrir o pré-sal para as multinacionais (retirando a Petrobrás do páreo) e formulando um upgrade na lei de responsabilidade fiscal, empenhando ainda mais as verbas do Estado no pagamento das dívidas (assim como prevê um dos "projetos" tocados por José Serra a toque de caixa no Senado).
Requião, com seu jeito característico, nos dá um esbregue político: 'acordem!'.
O jogo em torno no poder no Brasil é pesado e histórico. As forças da plutocracia não sossegarão enquanto não deslocarem as forças trabalhistas do governo central, mesmo que para isso tenham que partir para o vale-tudo contra a maior figura política do Brasil, atacando inclusive a sua família.
O PMDB temista conspira não só contra Dilma, conspira contra o Brasil.
Lutamos uma batalha histórica e para vencê-la precisamos de rumo político, rumo que Requião tratou de nos mostrar um pouco.
Ricardo Jimenez
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Ordem do Dia: Câmara vota doação de recursos a fundos municipais, trabalho para mulheres com mais de 45 anos e homenagem
Propostas abordam geração de empregos para mulheres, captação de recursos para fundos sociais e concessão de título honorário.
-
1 A criança abusada desde os seis de idade troca de identidade de cidade e tenta ser esquecida.Tenta seguir contra seu sen...
2 comentários:
Quem gosta de política, sempre soube que o PMDB fora muito dividido; mas, essa constatação, de divisão dentro de partido, só é jogada pra cima do PT, em tom de depreciação. Agradeçpela matéria, para entendermos,um pouco mais,do assunto: As difenças de mentalidade, dentro de cada partido.
Michel Temer, quando um homem joga sua história para a lama, torna-se temerário? Ou o que aparenta agora é o que sempre foi? se um constitucionalista chega a este ponto, nada mais pode se esperar dele.
Postar um comentário