sexta-feira, 2 de setembro de 2016
9 Vereadores apoiadores do golpe contra Dilma são afastados por corrupção em RP!
O tempo é sempre o melhor dos filtros.
Esse é o sentido de mais um editorial do jornal New York times, que denuncia o golpe no Brasil. Diz o editorial que o tempo irá mostrar que Dilma estava certa e derrubar a máscara dos corruptos que a derrubaram do cargo através de um golpe midiático-parlamentar.
Mas não é só no Congresso que as máscaras vão caindo. No Brasil todo a hipocrisia vai sendo exposta.
Em Ribeirão Preto, neste dia 1 de setembro, uma operação da PF afastou de seus mandatos 9 vereadores, todos indiciados por suspeita de corrupção em licitações que teria desviado mais de 200 milhões de reais em dinheiro público. Além dos 9 vereadores, mais 11 foram presos, entre eles o Secretário da Educação do município e o Superintendente do DAERP.
A Prefeita Darcy Vera vai responder diretamente ao Superior Tribunal de Justiça e o Secretário da Casa Civil, o 'poderoso' Layr Luchesi, foi afastado do cargo a mando da justiça.
A notícia estourou como uma bomba na cidade em plena campanha eleitoral, levantando suspeitas de todos os tipos.
A maior delas é que tudo não passa de uma armação do grupo político de Duarte Nogueira (PSDB) para tentar atingir o grupo de apoiadores do líder das pesquisas Ricardo Silva (PDT), cujo principal aliado é o PMDB, maior atingido nos escândalos e partícipe da administração municipal desde 2008.
Teorias da conspiração à parte, este blog prefere analisar o fato: a denúncia impacta fortemente o PMDB local, mas também atinge o PP e o PPS, aliado de Nogueira nessa eleição. Essa denuncia do licitaço vem se juntar com a denúncia do merendaço e com outras que virão e que envolvem uma possível delação de Marcelo Odebrecht.
Por aqui (este blog é feito em Ribeirão Preto), os grupos políticos que hoje disputam a Prefeitura estão no poder desde 2004. Em 2004 venceu Gasparini, do PSDB, e em 2008 e 2012 venceu Darcy Vera, hoje no PSD mas apoiada nesses 8 anos pelo PMDB local, que hoje é o principal aliado do jovem Ricardo Silva (PDT) ex-aliado de Dárcy em 2012 mas que fez seu nome na Câmara como principal opositor de seu governo.
Ou seja, aqui em Ribeirão Preto a coisa está feia. Os políticos locais apostam tudo no ambiente "coxinha" criado por aqui nos últimos tempos. Ser anti-petista em Ribeirão preto dá voto. Por aqui é bonito encher o peito e dizer "contra a corrupção", no mesmo estilo dos votos dos deputados e senadores contra Dilma, "pela família...".
A realidade é que temos uma Câmara de Vereadores das piores do Brasil e temos uma relação entre Executivo e Legislativo baseada no compadrio. A Prefeitura não possui instrumentos de transparência para o controle público e tudo é feito em acordo de gabinetes. E tudo leva a crer que vai se colocar por aqui a mesma política privatista, neoliberal e anti-social proposta pelo governo golpista de Temer, apoiado tanto por Nogueira quanto por Ricardo Silva.
Ganhe Nogueria ou ganhe Ricardo Silva, Ribeirão Preto caminha para mais um ciclo da mesmice, com a manutenção das práticas tradicionais e do poder de influência do grande capital, como o da especulação imobiliária, que ameaça inclusive a região leste, de recarga do Aquífero Guarani, cujo artigo que confere proteção à área foi o ponto de discórdia que impossibilitou a aprovação do Plano diretor nesta Legislatura.
Ao mesmo tempo, a esquerda ribeirão-pretana está combalida, mal articulada e sem condições materiais de fazer frente ao poder das candidaturas de direita. Os movimentos populares ainda estão em fase de reorganização, apesar de todos os avanços recentes, com a criação do Fórum Permanente de Movimentos Populares e de movimentos anti-golpe liderados pela juventude de esquerda.
Apesar dos esforços de alguns abnegados em construir instrumentos de mídia alternativa na cidade, a informação ainda é quase que monopolizada pela mídia tradicional, que reverbera o interesse dos poderosos e manipula a opinião popular.
Ribeirão Preto enfrenta uma crise séria e que ameaça seu futuro e o futuro da população.
Só nos resta a luta, a unidade de esquerda, dar apoio aos movimentos de juventude, de mulheres, de moradia, dialogar com o povo e tentar fortalecer ainda mais a comunicação progressista.
Essa novidade trazida pela investigação pode mudar muita coisa no cenário político nesse curto prazo, abrindo espaço para candidaturas populares e a luta social deve ser intensa e contínua, seja pelo fora Temer, por nenhum direito a menos, seja para desmascarar a hipocrisia da política ribeirão- pretana.
O Calçadão
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