Com 7367 casos o Brasil é o quarto país em avanço da Covid-19 no mundo
Nesta segunda-feira (04/05/20) o mundo já contabiliza 3,6 milhões de infectados e mais de 250 mil mortes (7,1% de mortalidade). Os EUA seguem sendo o epicentro atual da epidemia com 1,1 milhão de casos e 68 mil mortes (6,1% de mortalidade) seguido por Itália (210 mil/29mil/13%), Reino Unido (187 mil/ 28 mil/14,9%), Espanha (218 mil/25 mil/11,4%) e França (131 mil/ 25 mil/19%). No número geral de casos e mortes o Brasil é o 6º do mundo, mas na velocidade de contaminação é o 4º, acendendo luzes vermelhas de alarme na comunidade internacional. Canadá, Irã, Suécia, Bélgica, Holanda e México são outros pontos de preocupação da autoridades da OMS (Organização Mundial de Saúde). É preciso lembrar que o mês de abril foi bastante trágico para o Brasil: no dia primeiro o país tinha 201 mortes e fechou o mês com 6700 mortes. São Paulo segue sendo o líder de casos e de mortes (2654), também fechando o mês de abril com 1300% de aumento nas mortes. Em São Paulo o número de mortes dobrou nos últimos 10 dias. O Rio de Janeiro superou as mil mortes e segue sendo grande fonte de preocupação juntamente com Pará, Ceará, Pernambuco e Amazonas. Em todos esses estados o sistema público de saúde já está operando no limite. Alguns governadores já admitem a necessidade de lockdown, que é a modalidade mais rígida de isolamento social. Alguns analistas já indicam que era momento do Ministério da Saúde, conjuntamente com os governadores, requisitarem a criação de uma rede única de atendimento unindo os leitos públicos de privados.
Diante do agravamento da epidemia, São Paulo e Ribeirão Preto vão flexibilizar?
Semana passada o governador João Dória indicou que pretende iniciar a flexibilização da quarentena a partir de 11 de maio, quando vence o prazo de seu decreto que determinou o fechamento das atividades não essenciais no estado de São Paulo. Porém, o estado enfrentou um mê de abril trágico do ponto de vista do contágio e do número de mortes. A situação se agrava diante do fato de que pacientes graves do litoral e da capital estão sendo internados em vagas no interior, inclusive em Ribeirão Preto. O que fazer diante disso, reabrir comércio e shoppings? E em Ribeirão Preto o Prefeito Nogueira, pressionado por setores da indústria, do comércio e do agronegócio assim como o governador João Dória, tentou antecipar a reabertura das atividades a partir de três decretos publicados dia 27 de abril, prevendo uma abertura gradual mais duas datas: 11 e 25 de maio. Nogueira só não conseguiu seu intento de imediato porque a Justiça acatou solicitação do Ministério Público e o obrigou a seguir o decreto estadual até dia 10 de maio. Mas, e depois do dia 10, vamos reabrir? Ribeirão Preto tem hoje 297 casos e 7 mortes ( a região tem 600 casos e 29 mortes). É certo que os números ainda são baixos, mas também eram baixos no Brasil e em São Paulo no início de abril, quando começaram as ações de confronto ao isolamento feito por grupos bolsonaristas. E Ribeirão Preto, que já começa a receber pacientes da capital e do litora, não tem capacidade suficiente de enfrentar um aumento de internações e também não há um georreferenciamento dos casos na cidade, principalmente nas periferias. Hoje a situação do Brasil e de São Paulo é de avanço rápido da pandemia. Essa semana a Câmara de Vereadores aprovou um indicativo transferindo o Dia das Mães para 14 de junho e as aulas presenciais nas redes municipal e estadual permanecem suspensas.
Enquanto a doença avança o Brasil segue refém da guerra da desinformação e da guerra política realizadas por forças bolsonaristas e pelo próprio Bolsonaro. As medidas de isolamento social e investimento público de distribuição de renda aos trabalhadores, preservação de empregos e ajuda a estados e municípios tardaram, foram mal feitas e sofreram intensa oposição da própria Presidência da República. O aumento acelerado no número de casos no Brasil, que já impacta dramaticamente os sistemas de saúde, se deve fundamentalmente às campanhas bolsonaristas anti-isolamento e ao próprio comportamento do Presidente. Aquilo que poderia ser uma quarentena de 60 dias com uma reabertura gradual está se tornando uma crise de grandes proporções: sanitária, social, econômica e política sem previsão de término. A economia brasileira, que já não ia bem das pernas antes da pandemia, pode ser acometida da pior depressão de sua história, caindo até 10% em algumas previsões, enquanto Bolsonaro briga com Moro (que também representa um projeto político autoritário) pelo comando da PF para encaminhar a paralisação das investigações contra si e a sua família e segue ameaçando a democracia e a República em sua insana caminhada para tentar se estabelecer como um Fujimori brasileiro à frente de um exército de proto-fascistas. Tem contado com isso com o apoio, pelo menos político, dos militares brasileiros que, assim, se associam a um governo de destruição de direitos e de submissão à agenda de Donaldo Trump (que aliás também incentiva campanhas anti-isolamento nos EUA). Porém, as pesquisas têm mostrado que a rejeição ao presidente tem subido toda semana, apontando um isolamento do setor mais violento e terraplanista do bolsonarismo, agora aliado do 'centrão' fisiológico da política. Isso mostra que os setores de esquerda e democrático precisam encontrar um caminho de atuação conjunta em defesa da democracia e dos direitos, além de combater de maneira frontal o projeto neoliberal de Paulo Guedes. Mas essa unidade de ação ainda não existe.
Paulo Guedes quer manter políticas de austeridade e segue criminalizando os servidores públicos
O projeto neoliberal vem fracassando no mundo há 40 anos, com concentração de renda, aumento da desigualdade, desindustrialização e precarização do trabalho frente ao capital. Foi introduzido no Brasil nos anos 1990, mitigado nos anos Lula e Dilma e voltou com tudo a partir de 2016 com Temer. Direitos trabalhistas, aposentadoria, assistência social, saúde e educação públicas, junto com todo o conjunto do serviço público, foram os mais prejudicados, principalmente após Temer instituir 20 anos de arrocho nos investimentos públicos. O projeto tocado por Paulo Guedes só aprofundou o fundo do poço. A pandemia chegou em um Brasil já arrasado economicamente. E, mesmo assim, Paulo Guedes quer manter a política neoliberal de austeridade fiscal. E o alvo permanece sendo o serviço e os servidores públicos, os mesmos que hoje formam a linha de frente no enfrentamento à pandemia. Antes da crise sanitária, Guedes encaminhou uma proposta ao Congresso que destrói o serviço público e agora em meio à crise negociou uma ajuda, necessária, a estados e municípios que congela salários, evolução funcional e concursos públicos. Ou seja, ataca o setor que tem de ser fortalecido, e com o voto quase unânime do Senado, exceto pelo voto de Randolfe Rodrigues (Rede). Como pode? Aqui encaminhamos a Nota do PT no Senado sobre a votação dessa matéria. É preciso desmentir a mentira de que o Brasil tem excesso de servidores públicos. Não tem! Veja aqui pesquisa comparativa do Dieese. E é preciso desmentir a mentira de que não há dinheiro para o enfrentamento da pandemia sem o congelamento do serviço público. Há dinheiro: veja aqui, veja aqui e veja aqui. Lógico que é preciso corrigir distorções no serviço público, atacando as castas militares, políticas e judiciárias, por exemplo, mas investindo na expansão do serviço público essencial para dar qualidade de vida ao povo brasileiro, saúde e educação são dois exemplos desses setores essenciais que precisam ser fortalecidos. No Brasil inteiro, e em Ribeirão Preto em especial, os servidores públicos já têm os salários congelados há anos, não têm evolução funcional e os concursos já estão congelados desde o criminoso teto de gastos. A saúde e a educação já perderam bilhões de reais nos últimos anos e já estão em situação de estrangulamento de suas atividades. Enquanto isso, Paulo Guedes encaminhou nessa segunda-feira (04/05) a diminuição da alíquota de imposto sobre o lucro dos bancos, que são as únicas instituições a terem lucros recordes todos os trimestres mesmo em meio à crise. E é sempre bom lembrar que os bancos já receberam 1,3 trilhão de reais do governo nessa pandemia enquanto o setor produtivo e os trabalhadores receberam apenas 120 bilhões. Chega de neoliberalismo, chega de projeto Guedes, chega de criminalizar o serviço e os servidores públicos.
Blog O Calçadão
Paulo Guedes quer manter políticas de austeridade e segue criminalizando os servidores públicos
O projeto neoliberal vem fracassando no mundo há 40 anos, com concentração de renda, aumento da desigualdade, desindustrialização e precarização do trabalho frente ao capital. Foi introduzido no Brasil nos anos 1990, mitigado nos anos Lula e Dilma e voltou com tudo a partir de 2016 com Temer. Direitos trabalhistas, aposentadoria, assistência social, saúde e educação públicas, junto com todo o conjunto do serviço público, foram os mais prejudicados, principalmente após Temer instituir 20 anos de arrocho nos investimentos públicos. O projeto tocado por Paulo Guedes só aprofundou o fundo do poço. A pandemia chegou em um Brasil já arrasado economicamente. E, mesmo assim, Paulo Guedes quer manter a política neoliberal de austeridade fiscal. E o alvo permanece sendo o serviço e os servidores públicos, os mesmos que hoje formam a linha de frente no enfrentamento à pandemia. Antes da crise sanitária, Guedes encaminhou uma proposta ao Congresso que destrói o serviço público e agora em meio à crise negociou uma ajuda, necessária, a estados e municípios que congela salários, evolução funcional e concursos públicos. Ou seja, ataca o setor que tem de ser fortalecido, e com o voto quase unânime do Senado, exceto pelo voto de Randolfe Rodrigues (Rede). Como pode? Aqui encaminhamos a Nota do PT no Senado sobre a votação dessa matéria. É preciso desmentir a mentira de que o Brasil tem excesso de servidores públicos. Não tem! Veja aqui pesquisa comparativa do Dieese. E é preciso desmentir a mentira de que não há dinheiro para o enfrentamento da pandemia sem o congelamento do serviço público. Há dinheiro: veja aqui, veja aqui e veja aqui. Lógico que é preciso corrigir distorções no serviço público, atacando as castas militares, políticas e judiciárias, por exemplo, mas investindo na expansão do serviço público essencial para dar qualidade de vida ao povo brasileiro, saúde e educação são dois exemplos desses setores essenciais que precisam ser fortalecidos. No Brasil inteiro, e em Ribeirão Preto em especial, os servidores públicos já têm os salários congelados há anos, não têm evolução funcional e os concursos já estão congelados desde o criminoso teto de gastos. A saúde e a educação já perderam bilhões de reais nos últimos anos e já estão em situação de estrangulamento de suas atividades. Enquanto isso, Paulo Guedes encaminhou nessa segunda-feira (04/05) a diminuição da alíquota de imposto sobre o lucro dos bancos, que são as únicas instituições a terem lucros recordes todos os trimestres mesmo em meio à crise. E é sempre bom lembrar que os bancos já receberam 1,3 trilhão de reais do governo nessa pandemia enquanto o setor produtivo e os trabalhadores receberam apenas 120 bilhões. Chega de neoliberalismo, chega de projeto Guedes, chega de criminalizar o serviço e os servidores públicos.
Blog O Calçadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário