Em reunião pública realizada no último dia 08 de junho, a Comissão Permanente de Desenvolvimento Econômico da Câmara Municipal de Ribeirão Preto, presidida pelo vereador Marcos Papa (Podemos), debateu a constituição do Arranjo Produtivo Local do setor cervejeiro de Ribeirão Preto, reconhecido pelo governo do estado.
Arranjo Produtivo Local representa a organização produtiva de uma vocação econômica de determinada região, envolvendo, além do setor de produção, o setor de pesquisa, inovação e governança. Ribeirão Preto já contava com o Arranjo Produtivo Local da Saúde e Sertãozinho com o Arranjo Produtivo Local Metal-Mecânico.
O estado de São Paulo tem hoje três cidades com Arranjo Produtivo do setor cervejeiro: Ribeirão Preto, que foi a cidade pioneira, Sorocaba e Campinas.
De acordo com o empresário Augusto Balieiro, representante do Polo Cervejeiro de Ribeirão Preto, que integra nove indústrias de produção artesanal de cerveja, "Ribeirão Preto tem um histórico importante no setor de cerveja e que hoje pode integrar um arranjo que envolva economia e turismo na cidade".
A história do abraço entre Ribeirão Preto e a cerveja começou em 1890 com a cerveja Bertoldi. Depois vieram as gigantes Antártica (1911) e Companhia Paulista (1914 - responsável pelo Quarteirão Paulista). Em 1936 foi inaugurado o Pinguim, nome de tradição histórica e turística da cidade. Em 1973 a Antártica se uniu à Companhia Paulista, mantendo a fama de Ribeirão como a de ter o melhor chopp do Brasil.
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Porém, a partir de 1995, com a fundação da Colcorado, primeira empresa de cerveja artesanal, a história de Ribeirão com a cerveja ganhou essa outra vertente. De 1995 para cá, mais de uma dezena de cervejarias artesanais se fixaram em Ribeirão, onde nove delas fundaram o Polo Cervejeiro em 2016, e outras milhares por todo o país.
É a partir desse cenário que entra o IFSP Sertãozinho tentando organizar um Arranjo Produtivo Local do setor cervejeiro em Ribeirão. Segundo André Dias e Jean Rodrigues, representantes do IFSP Sertãozinho na reunião, é possível se estabelecer um centro de referência do setor cervejeiro na cidade com o apoio técnico do IFSP. "Temos um laboratório de controle de qualidade, temos cursos de qualificação profissional e temos condições de tocar projetos de pesquisa e inovação nessa área", disse André Dias.
Para além disso, é possível se criar um Selo de Indicação Geográfica para a cerveja produzida em Ribeirão Preto, assim como acontece com outros produtos, como o tradicional queijo canastra.
Um ponto importante levantado na reunião é a participação do Poder Público municipal propondo parcerias através de políticas públicas que incentivem as cadeias produtivas, gerando emprego e renda em Ribeirão e região. Nesse quesito, também entra a Região Metropolitana de Ribeirão Preto, instância que carece de uma agência estadual de fomento.
Ricardo Jimenez - editor de O Calçadão
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