Três propostas recentes da administração tucana de Duarte Nogueira enfrentam forte resistência tanto de entidades organizadas quanto da população em geral.
São elas: o fechamento da UBDS central para a implantação de um AME, a criação do 'professor horista' na rede municipal de educação e a criação de uma agência reguladora chamada à boca pequena de 'super-Secretaria do Nogueira'.
A questão do fechamento da UBDS central para a instalação de um EME no local já conta com voto contrário de 17 vereadores, segundo levantamento deste blog junto ao movimento contra o fechamento da UBDS.
A vinda de um AME é uma promessa antiga dos tucanos para Ribeirão Preto e faz parte das promessas de campanha de Nogueira desde 2012. Dessa vez, o atual Prefeito prometeu 3 AME's durante a campanha.
O problema é que em nenhum momento ele disse que para instalar um AME seria necessário fechar a UBDS central. Este blog esteve presente na audiência do Secretário de Saúde na semana passada na Câmara e, a partir da fala do Secretário, levantou a seguinte hipótese: a de que o fechamento da UBDS central já estava decidido antes mesmo da ideia de instalar um AME no local, por questões orçamentárias (você pode ler o artigo aqui).
A expectativa das entidades ligadas ao movimento contrário ao fechamento da UBDS é que o tema ganhe cada vez mais o apoio popular e, assim, garantir o voto contrário da maioria dos vereadores contra o projeto. "Que venham os AME's mas sem fechar nenhum posto de atendimento", dizem os ativistas.
Já a criação do 'professor horista', já apelidado em Ribeirão Preto de 'professor delivery', ganhou destaque na imprensa nacional graças às denúncias realizadas pelos professores municipais que criaram, inclusive, um comitê unificado para lutar contra o projeto.
O projeto prevê que professores cadastrados na rede podem ser chamados até 30 minutos antes da aula para cobrir a falta do professor titular da turma, independente da disciplina. Na rede estadual há algo similar, a figura do professor eventual, plantonista, que existe para cobrir faltas e tomar conta dos alunos.
A medida aponta na direção da precarização da relação ensino-aprendizagem e da precarização da relação de trabalho entre o Poder Público e a figura do professor. O mesmo horizonte já existente na rede estadual de educação.
O movimento contrário já conta com a apoio de vereadores, inclusive da base do Prefeito, e busca ganhar apoio massivo dentro da categoria dos professores.
Por último, o projeto de criação de uma Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Ribeirão Preto, a chamada 'super-Secretaria' do Prefeito.
Essa proposta já nasceu recebendo críticas de grande parte dos vereadores que até foram chamados no Palácio Rio Branco para conversarem com o Prefeito. A principal crítica é a necessidade de uma 'super Secretaria'. Alguns movimentos ligados aos servidores desconfiam que o projeto se enquadra na fala recente do vice-Prefeito que, ao criticar a última greve da categoria, teria dito que era preciso 'domar' os servidores para que as ações do Prefeito pudessem ser aprovadas mais rapidamente.
O debate sobre essa agência reguladora promete esquentar a partir de agosto quando a Câmara começará a discuti-lo.
Enquanto enfrenta dificuldades em tocar à frente as suas três principais propostas, Nogueira busca mostrar serviço na operação de tapa buracos e recapeamento asfáltico. A Prefeitura divulgou recentemente o investimento de 27 milhões e o fechamento de 36 mil buracos na cidade.
A previsão da Prefeitura é recapear 50% das ruas e avenidas da cidade em 4 anos.
Porém, em alguns bairros já recapeados, como o Planalto Verde e o Dom Miele, já existem reclamações de buracos no asfalto recentemente refeito.
Blog O Calçadão
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