Em entrevista ao SindCT, sindicato dos servidores do INPE, o ex-Ministro da Saúde, criador do Mais Médicos e pré-candidato a deputado federal Alexandre Padilha (PT) debateu as propostas para a saúde, o fortalecimento do SUS e denunciou as tentativas do desgoverno Temer de destruir as possibilidades de construção de um projeto nacional de desenvolvimento.
"Em especial para aqueles que são das carreiras ligadas ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia, a entrega do pré-sal e a extinção da política de conteúdo nacional na indústria do petróleo é um sério retrocesso para o Brasil", afirmou.
Padilha tem corrido o Estado de São Paulo e, como ex-Ministro da saúde, defendendo o SUS como o instrumento fundamental de atendimento universalizado à saúde no Brasil. Sobre o programa Mais Médicos, Padilha afirma: "O programa atacou um problema bastante claro no Brasil que é a necessidade de levar médicos para todas as unidades de atendimento do Brasil. Fizemos aquilo que outros países que têm sistemas públicos de saúde fizeram, Inglaterra, Canadá, Espanha. Tínhamos um déficit de 14 mil unidades básicas de saúde sem médicos no Brasil, abrimos 18 mil vagas, oferecemos as condições financeiras, tivemos 2 mil médicos brasileiros inscritos e completamos com médicos estrangeiros. Enfrentamos a polêmica dos médicos cubanos, que trouxeram o modelo de saúde preventiva e domiciliar de Cuba, e o programa foi um sucesso e beneficiou 63 milhões de brasileiros".
O programa ainda tinha outros dois eixos, explicou Padilha, que eram o de ampliar as escolas de medicina em regiões carentes e o programa de residência médica, abrindo mais vagas de especialidades naquelas áreas mais demandadas pela sociedade.
"O grande problema é que a política de arrocho fiscal e de cortes orçamentários, além das ameaças do atual governo de diminuir o SUS, tem feito um enorme e grave retrocesso na saúde. Doenças antes controladas estão voltando, a mortalidade infantil aumentando, os investimentos no Mais Médicos diminuindo, ou seja, estamos vendo um desmonte inaceitável na saúde pública do Brasil. E isso nós não podemos aceitar", completou.
Blog O Calçadão
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