O evento já tradicional na cidade e que atende ao interesse cultural da classe média ribeirão-pretana, com palestras de personalidades famosas do momento e do passado, acontece em um momento de crise no mercado editorial de livros do país.
Dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostram que de 2014 a 2018 o mercado do livro diminuiu 45%, caindo de 6,8 bilhões em 2014 para 5 bilhões em 2018. Os mesmos números mostram que de 2003 a 2014 houve crescimento desse mercado.
Algumas editoras importantes já abriram concordata.
O Brasil é o país com maior queda no mercado de livros no mundo. Mesmo com a queda de 34% no preço, as vendas permanecem em declínio.
Parece que a nossa crise política, econômica e social iniciada na transição do impeachment de Dilma também afeta o mundo literário e intelectual, basicamente um mundo da classe média brasileira.
A Feira do Livro de Ribeirão Preto, por exemplo, só foi um evento de caráter popular lá nos seus primórdios, depois, se transformou em um típico evento classe média que não tem o menor desdobramento nas periferias da cidade e nem as periferias da cidade tem incentivo para irem visitar a Feira no centro.
Vivemos um período perigoso, de crescimento de movimentos anti-ciência, anti-intelectual e anti-educacional. A educação tem sofrido um processo de fechamento de portas à diversidade e de um fechamento de portas reais, a partir de cortes de investimentos de fundo econômico mas também ideológico.
Com o rebaixamento da cultura, da educação e das ciências estaremos fadados ao terraplanismo bolsonarista?
Blog O Calçadão
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