A deputada Márcia Lia (PT)f aos presentes durante a palestra sobre a Produção e Aquisição de Alimentos.
Fotos: Filipe Augusto Peres
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Para debater a compra de alimentos produzidos pelo pequeno agricultor local no município de Ribeirão Preto, organizada pelo mandato da deputada estadual Marcia Lia (PT/SP), aconteceu ontem (23), na Câmara Municipal de Ribeirão Preto, a palestra Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A palestra contou com a presença, na mesa, da própria deputada estadual, coordenando as falas, do Presidente do Diretório Municipal do PT, de Ribeirão Preto, Fernando Tremura, do vereador Jorge Parada (PT/SP), de Silvani Silva, Coordenadora Executiva de Agricultura do Município de Araraquara, de Marcelo Mazeta Lucas, Coordenador Executivo de Segurança Alimentar e Nutriciional do Município de Araraquara, Gilson Pelizaro (PT), coordenador da macrorregião de Ribeirão Preto e Nivalda Alves, da Direção Regional do MST/RP e Conselheira Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de Ribeirão Preto.
Em sua fala inicial, Márcia Lia lembrou o desmonte atual que o Programa de Aquisição de Alimentos vem sofrendo desde o golpe jurídico-parlamentear de 2016:
"Até 2015 nós tínhamos o PAA funcionando bem, onde se conseguia fazer com que os nossos assentamentos, as nossas cooperativas tivessem a possibilidade de estar produzindo e, do outro lado, ter alguém consumindo, com boa parte dos alimentos sendo produzidos pela agroecologia, sem venenos, alimentos importantes nas mesas dos trabalhadores e trabalhadoras", afirmou.
A deputada estadual ressaltou que o atual momento histórico é diferente, desfavorável, pois existe uma dificuldade de diálogo com políticas públicas do governo federal e citou como exemplo a surdez do CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) às suas reivindicações:
" A gente tem conversado com o CONAB mas temos tido dificuldade para que se consiga o recurso para a continuidade do Programa de Aquisição de Alimentos".
O vereador Jorge Parada (PT) comprometeu-se a apresentar um projeto municipal de produção e aquisição de alimentos à Câmara. |
Em seu momento na tribuna, o vereardor Jorge Parada (PT) afirmou que o PAA deveria ultrapassar qualquer barreira ideológica, que deveria ser política de Estado, pois beneficia todo mundo. O vereador chamou atenção para a diferença entre a produção da agricultura familiar e a do agronegócio:
"Hoje, o agronegócio é voltado, praticamente, para a exportação. Ninguém está preocupado se o povo está se alimentando. Somente a agricultura familiar apresenta estas condições".
O vereador petista chamou a atenção dos presentes para a atuação do MST na região enquanto produtor de alimentos saudáveis para a população de Ribeirão Preto:
"Aqui nós temos o MST que dá essas condições para Ribeirão Preto", afirmou. Depois da fala, Parada se comprometeu em apresentar um projeto de aquisição de alimentos à Câmara Municipal.
Silvani Silva, Coordenadora Executiva da Agricultura Familiar do município de Araraquara falou um pouco sobre o que significa ocupar o atual cargo no governo de Edinho Silva (PT) sendo assentada, filha de agricultores familiares:
"Significa que nós sabemos as condições que os pequenos agricultores assentados vivem na terra".
Em sua fala, Silvani, ainda afirmou que quem precisa de políticas públicas para produção e aquisição de alimentos são os pequenos agricultores e não as grandes empresas do agronegócio. A coordenadora da agricultura familiar ainda chamou a atenção para o papel do município na implementação de programa que compre a produção local, uma vez que há um desmonte do PAA pelo governo Bolsonaro e foi além. Para ela, é necessário dar condições, também, para o pequeno agricultor produzir.
O coordenador executivo de segurança alimentar e nutricional do município de Araraquara, Marcelo Mazeta Lucas relatou um pouco sobre a sua experiência no mesmo cargo quando ocupou-o na gestão de Fernando Haddad, entre 2013 e 2016, em São Paulo. Mazeta destacou a importância de implementar programas como a Patrulha Agrícola e assistência técnica no município:
"Pode não parecer mas a selva de pedra, São Paulo, tem uma área rural de 30% do território do município".
Nivalda Alves (MST/RP), assentada e produtora Agroflorestal, garantiu que o Assentamento Mário Lago tem condições técnicas e de produção para atender toda a demanda municipal de legumes e verduras. |
Nivalda Alves, da direção regional do MST/RP, foi a última a falar no palanque. A também integrante do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de Ribeirão Preto destacou o papel e a conduta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra em relação à produção de alimentos saudáveis, principalmente no contexto atual o qual em apenas 9 meses o governo Bolsonaro liberou, indiscriminadamente, 353 agrotóxicos:
"Nós somos o contraponto ao que está acontecendo no país, atualmente. O MST produz alimentos para viver, para nos alimentar. A nossa produção previne a doença enquanto que este modelo atual, do agronegócio, a causa", encerrou.
A dirigente regional reforçou a necessidade de se implementar o PAA no município de Ribeirão Preto e afirmou que o Assentamento Mário Lago, onde existem 5 cooperativas agrícolas, tem condições técnicas e produtivas de atender toda a demanda municipal de legumes e verduras.
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Gilson Pelizaro |
Marcelo Mazeto |
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