A crise do capitalismo é evidente e se desenrola de maneira drástica desde 2008, a partir da caminhada do capital do setor produtivo para o setor financeiro, provocando desindustrialização da periferia do sistema, brutal concentração de renda no mundo e retrocesso dos Estados de Bem-Estar Social a partir das políticas de austeridade fiscal determinadas pelos centros de decisão econômico-financeiros.
Essa condição do capitalismo neoliberal vem se desenrolando desde meados dos anos 1970 e sua característica brutalmente concentradora de renda, desindustrializante e destruidora ambiental ganhou contornos dramáticos nos últimos 15 anos.
As condições para as pessoas que vivem do trabalho estão cada vez piores e o capital financeiro, rentista, não tem dado conta de dar sobrevida ao necessário crescimento econômico de um mundo ainda enormemente assimétrico.
Esse diagnóstico que vem sendo feito por economistas social-democratas e neo-keynesianos desde os anos 1990 é agora, pós crise de 2008, cada vez mais corroborado por economistas liberais.
Em livros publicados recentemente, o indiano Raghuram Rajan e o britânico Paul Collier argumentam que o capitalismo deixou de atender às necessidades mais urgentes da população. Até mesmo o Financial Times, uma das bíblias do neoliberalismo, sugeriu em editorial essa semana um "recomeço" do capitalismo.
Diante disso, qual o papel do campo da esquerda? Qual o papel da juventude nessas novas formas de pensar o futuro? É momento do retorno das utopias?
De imediato, é preciso que aqueles que buscam se organizar à esquerda e confrontar o sistema estabeleçam programas profundamente anti-neoliberais e profundamente democratizantes para, ao mesmo tempo, oferecer saídas para o povo tanto do ponto de vista econômico quanto do ponto de vista político.
A fase da conciliação acabou, agora é a hora da superação e da construção de novos caminhos. É a hora de enterrar o neoliberalismo.
Blog O Calçadão
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