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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Parque Permanente de Exposições sofre abandono assim como o projeto de cidade



Construído pelo poder público em 1975 na zona norte da cidade, ao lado do aeroporto Leite Lopes, o Parque Permanente de Exposições, que por mais de três décadas abrigou a FEAPAM (Feira Agropecuária da Alta Mogiana), está completamente abandonado, acumulando criadouros do mosquito da dengue e à espera de um destino.

Nos últimos anos a área tem sido esporadicamente alugada para eventos particulares que em nada dialogam com a região e com a população de seu entorno. A situação atual do Parque Permanente de Exposições é reflexo do projeto de cidade no qual Ribeirão Preto está inserido nos últimos 25 anos: um projeto privatista e de abandono da coisa pública.

Incapaz de pensar e de executar qualquer projeto no local, pois a Secretaria de Turismo, responsável legal pela área, conta apenas com 1 milhão de reais por ano de orçamento, a única ideia do poder público municipal é repassar o Parque para a iniciativa privada, através do pomposo projeto de PPP (Parceria Público-Privada).


Ribeirão Preto é uma cidade programada para quem tem dinheiro e, por isso, o futuro do Parque Permanente de Exposições será atrelado a isso, independente das necessidades ou das potencialidades da região onde está inserido. A construção de uma cidade como uma obra coletiva, com foco no desenvolvimento regional com inclusão social, não está colocada no momento. Tudo é dinheiro, tudo é negócio, tudo é privado.

Ao se pensar no atual estágio do Parque e nas soluções para o problema é inevitável a pergunta: é possível se pensar em um projeto de cidade diferente do atual? Existiriam soluções diferentes para a revitalização do Parque Permanente de Exposições que fossem atreladas econômica e socialmente à região onde ele está inserido? Um projeto com um viés de política pública? A resposta é, sim.

Basta que um projeto desses seja levado à frente por forças políticas capazes de propor o diferente, de resgatar a cidade como um espaço público de convívio e de construção de alternativas coletivas. O que poderia ser feito lá: uma escola federal, uma incubadora de projetos de economia solidária, um projeto de lazer e cultura? Enfim, há saída para Ribeirão Preto que não seja a privatização nesse momento de completo predomínio neoliberal?

A resposta estará na campanha política que já bate às portas. Aguardemos.

Blog O Calçadão

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