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quarta-feira, 31 de março de 2021

“É preciso deixar bem claro, existe uma sentença. Sentença precisa ser cumprida"

 

Roberto Tofoli falou ao programa "Análise da Semana", do Blog O Calçadão.

Em entrevista ao Blog O Calçadão sobre volta às aulas presenciais no Estado de São Paulo decretada pelo governador João Dória para o próximo dia 11 de abril, o conselheiro estadual da APEOESP, Roberto Tofoli lembrou que há uma sentença que protege os profissionais da educação de voltarem e é categórico: "Voltar, só com vacina para todos".

Em entrevista ao programa “Análise da Semana” do Blog O Calçadão, o Professor e Conselheiro Estadual da APEOESP, pela Regional de Ribeirão Preto, Roberto Tofolli, criticou a volta às aulas presenciais anunciadas pelo governador João Dória para o dia 11 de abril. Na entrevista, Tofolli também destacou que a vacinação que acontece no próximo dia 12 é fruto da luta da APEOESP, de toda a categoria dos professores. Veja este e outros pontos da entrevista abaixo:


Histórico dos processos

De acordo com o dirigente estadual da Apeoesp, no dia 17 de dezembro, o governo de João Dória soltou um decreto afirmando que, mesmo na fase vermelha, as escolas estariam abertas com 35% dos alunos. Isso aconteceu. Em janeiro, a APEOESP entrou com vários mandados de segurança e ganhou uma liminar que dava direito de o governo não convocar os professores naquele mês, garantindo-lhes as férias. Quando começou fevereiro, o sindicato obteve uma vitória na justiça. O governo cassou essa liminar e alguns prefeitos colocaram decretos proibindo este retorno.

“O que o governo fez agora? O governo fez um decreto em que declara a escola como serviço essencial assim como o hospital, por exemplo. Só que a APEOESP ganhou uma sentença, diferente de uma liminar, que proíbe o retorno dos professores, a convocação dos professores a irem para a escola”, afirmou. 

E mais adiante afirmou:

[...] “É preciso deixar bem claro, existe uma sentença. Sentença precisa ser cumprida. O que ele fez? Ele deu um recesso do dia 15 de março até sexta-feira (26) para não dizer à população que não perdeu na justiça. E agora ele pode adiantar mais dez dias das férias de julho porque ele não conseguiu reverter esta sentença”.

Sem vacina para todos abrir a escola é um risco

Durante o programa, Tofoli disse que o governo pauta que a escola tem de estar aberta mesmo que o professor não esteja lá devido ao fato de terem alunos que vivem em situação de vulnerabilidade. Por este motivo, a alimentação escolar é essencial. Entretanto, de acordo com o dirigente, João Dória poderia estar fazendo a distribuição alimentar por meio de um Auxílio Emergencial Estadual, atuando junto às famílias dos alunos matriculados, poderia oferecer também apoio psicológico às famílias, mas não faz porque o papel do governo do Estado de São Paulo é colocar o servidor público contra a população. E fala dos riscos de se ter a escola aberta no momento em que o Estado registra mais de 1000 mortes diárias Covid-19.

“O funcionário que está lá é a merendeira. Ela ganha R$600,00 por mês e não é estatutária. Ela é uma funcionária terceirizada que está colocando em risco a vida dela e da família dela. Além disso, se tem a equipe gestora, a direção da escola e o pessoal da secretaria, que se está colocando em risco. É um absurdo o que o governo está fazendo. Escola tem de estar fechada. E quando tiver a vacina para todos, que foi uma vitória da APEOESP. É preciso deixar bem claro, foi a Presidenta e deputada estadual Bebel (PT/SP) quem mandou um ofício para o Superior Tribunal Federal aonde a prioridade seriam os professores e toda a equipe de funcionários das escolas.

Em 37 dias mais de 2.800 casos de Covid-19

Com mais de 2800 casos e 16% de mortes de professores e profissionais da educação no Estado de São Paulo, Roberto reforçou a importância de se vacinar todos os envolvidos com o processo escolar antes de as aulas retornarem presencialmente:

“Eu só queria informar que entre 5 de fevereiro e 12 de março, que foi o período em que o governo João Dória e o Secretário Estadual da Educação, Rossieli Soares, determinaram a volta presencial às aulas nós tivemos em torno de 2800 contaminações com 450 mortes de professores e profissionais da educação no Estado de São Paulo”.

Luta de Discursos

Criticando a volta para o dia 11 de abril, Tofolli mostrou a incoerência do governo do Estado de São Paulo. De acordo com o professor, anunciar a volta às aulas sem os professores estarem vacinados é genocídio.

“Esta é uma luta de discursos deste governo genocida. Vamos voltar às aulas, vamos deixar as escolas abertas. O governador já está dizendo que as aulas retornam no dia 11 de abril, só que tem um problema: dia 12 de abril é a data que ele marcou o início da vacinação dos professores que, infelizmente, não são todos, somente aqueles que possuem 47 anos ou mais e a nossa luta é de que sejam todos. E esta vacinação será feita nas escolas. Como ele afirma que as aulas voltam no dia 11 se no dia 12 se está marcando a vacinação em massa com os professores? O governo está completamente perdido. E a luta da APEOESP é que se volte às aulas, apenas, quando todos os profissonais da educação, independente da idade, estiverem vacinados com a segunda dose”.

 

Veja todo o programa na íntegra no link abaixo:

SP torna Educação "essencial" e decreta retorno presencial

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