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segunda-feira, 8 de março de 2021

MULHERES DO MST DENUNCIAM A FOME GERADA PELA CAMIL E EXIGEM FORA BOLSONARO

Com o lema "Mulheres Pela Vida, Semeando Resistência Contra a Fome e as Violências", as mulheres do MST realizam ato em frente a Camil, em Barra Bonita/SP.


Na manhã de hoje (08), mulheres do MST fizeram uma ação simbólica no município de Barra Bonita, interior de SP, denunciando que a pandemia do vírus vem junto com a pandemia da fome, tramada por Bolsonaro e seus comparsas do agronegócio como a empresa Camil. 


A ação faz parte da Jornada de luta do 8 de março, que tem como lema Mulheres Pela Vida, Semeando Resistência Contra a Fome e as Violências. 

“Mata queimada, Espalha o Covid, Mata o Povo, O povo Resiste!”, cantava o coro das mulheres sem terra que fizeram uma representação do trem da fome e da morte que é a materialização do projeto que está no poder, massacrando o povo brasileiro: 10 mil mortes em uma única semana! Basta!! Fora Bolsonarao pra salvar vidas.

A CAMIL E BOLSONARO ATUAM PARA GARANTIR LUCROS PARA O AGRONEGÓCIO ÀS CUSTAS DA FOME DO POVO BRASILEIRO

Comida virou mercadoria nas mãos do agronegócio e apesar de comercializarem um alimento necessário à sobrevivência humana, seguem o impulso daquilo que é mais vantajoso, como ficou evidente na pandemia, na qual tivemos um significativo aumento no preço dos alimentos, gerando inflação sobre alguns itens, e um record de exportações devido à desvalorização da nossa moeda e alta do dólar. Os conglomerados alimentares preferem exportar e receber em dólar, do que abastecer o mercado interno. 

O governo desmantelou estoques públicos reguladores de alimentos, destruiu a CONAB e acabou com políticas públicas de apoio a agricultura camponesa e foram as trabalhadoras e os trabalhadores que pagaram a conta do aumento do preço dos alimentos, somado a elevação do preço do gás de cozinha e dos combustíveis. Sem auxilio emergencial, 65 milhões de brasileiras e brasileiros estão abandonados, enfrentando uma dura realidade: 14 milhões de desempregados, 6 milhões deixaram de procurar emprego, 40 milhões vivem de bico e 84 milhões estão em insegurança alimentar.  

EMPRESA VAI BEM E O POVO DE BARRIGA VAZIA

A Camil se originou no Rio Grande do Sul com a família Quartiero e hoje possui 12 plantas no Brasil, 3 no Chile, 2 no Peru, 9 no Uruguai e 1 na Argentina. Comercializa arroz, açúcar, feijão e pescado, com mais de 50 países. Comprou diversas empresas, entre elas, a SLC em 2018, uma outra gigante do mercado de alimentos que atua principalmente no bioma do Cerrado, comprando, arrendando e incorporando terras, num esquema que deixa um rastro de conflitos com os povos e destruição ambiental. 

De setembro de 2019 a setembro de 2020, as ações da empresa valorizaram 92%. Enquanto isso, o número de famintos passou de 10,3 milhões em 2018, para 15 milhões, segundo o Banco Mundial. 

A concentração da fortuna da Camil se ergue sobre os alimentos, mas a empresa não produz um único pé de arroz. Ela se vale da exploração sobre os pequenos e médios produtores, atuando no processamento, empacotamento e na logística de distribuição e exportação.



CAMIL TEM AS MÃOS MANCHADAS DE SANGUE

Em 2015, um trabalhador da empresa foi soterrado em um silo de armazenamento de grãos. Entre 2009 e 2020 foram 125 mortes nas empresas do ramo, por sufocamento em silos de grãos e esse número pode ser bem mais elevado por conta da subnotificação. 

As mortes em silos também são causadas por inalação de susbstância tóxica devido a fermentação dos grãos e cereais, ou mesmo por explosões que ocorrem dentro do aramazenamento. 

Apesar de ter aberto seu capital em 2017, a família Quartiero é a grande dona e responsável pela Camil. Em 2010 foi a principal doadora da campanha de Paulo César Quartiero, eleito como deputado federal.

Paulo César Quartiero integrou a bancada ruralista e possui extensa ficha criminal. O deputado ficou conhecido nacionalmente durante o processo de desocupação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, como um dos arrozeiros que questionavam a demarcação contínua da área e na época chegou a ser preso por poucos dias.

Quartiero está relacionado à grilagem de terras para produção de arroz na Ilha do Marajó, e também está envolvido com uma invasão à missão religiosa do Surumu, em Roraima, em janeiro de 2004, onde foram sequestrados três padres. 

MULHERES PELA VIDA, SEMEANDO A RESISTÊNCIA

As mulheres seguem em luta por direitos, pela Reforma Agrária e exigindo: Vacinação Já!, Volta Auxílio e Fora Bolsonaro!

“Barriga vazia, fala mais alto, desce o morro, destroi o patriarcado".



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