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sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Já começou: 'mercado' inicia chantagem por segunda carta aos brasileiros

 

A chantagem vai aumentar conforme a liderança de Lula se consolide

O Blog O Calçadão avisou: o 'mercado', os neoliberais, iria intensificar a chantagem política conforme a liderança de Lula fosse se consolidando nas pesquisas.

O projeto neoliberal é um fracasso mundial que gerou desemprego, desindustrialização, destruição ambiental, fome, violência e destruição de direitos sociais nos últimos 40 anos. Gerou a crise de 2008, na qual ainda estamos submetidos e pela qual ressurgiram os movimentos de extrema direita dos quais o bolsonarismo é um filhote.

Mas o projeto neoliberal ainda é preponderante, principalmente nos países capitalistas periféricos, como o Brasil. Para se manter no poder, o golpe é sempre uma tática válida. 2016 está aí para comprovar: derrubada de uma Presidenta honesta, perseguição e prisão política de Lula, a 'ponte para o futuro' de Temer e a eleição de Bolsonaro ajudada pela proto-fascista Lava Jato.

O neoliberalismo não vai abandonar o poder facilmente. Em 2018, diante do naufrágio do PSDB, os neoliberais pularam na canoa de Bolsonaro, o baderneiro do Planalto. Com isso, mantiveram a agenda destruidora: reforma trabalhista, reforma da previdência, teto de gastos, reforma administrativa, privatizações inclusive dos direitos sociais como o SUS e a educação pública.

Agora, diante da derrocada do bolsonarismo, eles precisam de outra canoa. Ciro Gomes, Eduardo Leite, Mandeta, Huck, Datena, estão todos na lista. O problema é que não se viabilizam.

O cenário de 2022 se desenha para um confronto Lula vs Bolsonaro, com Lula tendo muito boas condições de vencer.

É aí que entra a chantagem. O projeto neoliberal precisa arrancar de Lula uma segunda carta aos brasileiros, ou seja, uma garantia de um programa econômico suave e que garanta a sobrevida da agenda neoliberal. Por isso cada vez mais teremos um ambiente de repressão, de ameaças, de ataques violentos a Lula, de depoimentos de banqueiros e financistas contra Lula.

A ruptura, absolutamente necessária, com o programa neoliberal não pode acontecer na visão deles. Taxação de grandes fortunas, reforma tributária progressiva, recomposição dos direitos sociais, reconstrução da soberania e da indústria e fortalecimento dos mecanismos do Estado, como o BNDES e os bancos públicos são um filme de terror a ser evitado a qualquer custo.

É por isso que as forças do movimento popular devem estar atentas. Derrotar o neoliberalismo é tão importante quanto derrotar Bolsonaro. Lula precisa vencer as eleições de 2022 e tomar posse com um programa que interesse ao povo trabalhador e à soberania nacional, e essa construção passa pelas lutas de 2021. É a unidade e o fortalecimento do campo popular que pode fazer a diferença.

Não tenham dúvidas: se os neoliberais não conseguirem viabilizar um plano B nem forçarem Lula a uma segunda carta aos brasileiros, eles vão apoiar Bolsonaro de novo, inclusive nas suas aspirações golpistas.

A luta é intensa e é agora.


Ricardo Jimenez - editor do Blog O Calçadão

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